Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006

 

O Espírito Santo

 

 

Lição 13 – O Espírito Santo nos últimos dias

 

 

A Igreja Adventista do Sétimo Dia, desde o seu estabelecimento como igreja organizada (1863) até o ano de 1914, sempre definiu sua crença fundamental a respeito da divindade nestes termos:

 

1. Que existe um só Deus, pessoal, um Ser Espiritual, o Criador de todas as coisas, Onipotente, Onisciente, e Eterno; Infinito em conhecimento, santidade, justiça, bondade, verdade e misericórdia; imutável, e presente em todos os lugares por Seu representante, o Espírito Santo.

 

2. Que existe um Senhor, Jesus Cristo, o Filho do Eterno Pai, o único por quem foram criadas todas as coisas, e por meio de quem elas existem; que ele tomou a natureza da semente de Abraão para a redenção de nossa raça caída; que ele residiu entre os homens, cheio de graça e verdade, viveu nosso exemplo, morreu nosso sacrifício, foi ressuscitado para nossa justificação, ascendeu ao alto para ser nosso único mediador no santuário celestial, onde através dos méritos de seu sangue derramado, assegurou o perdão e absolvição dos pecados de todos aqueles que persistentemente se achegam a Ele; e como o encerramento de parte do seu trabalho de sacerdote, antes de assentar-se em seu trono como Rei, ele realizará a expiação por todos eles, e todos os pecados deles cometidos fora do santuário serão apagados (atos 3:19), como mostrado no serviço do sacerdócio levítico, o qual apontava e prefigurava o ministério de nosso Senhor no Céu. Veja Levítico 16; Hebreus 8:4, 5; 9:6, 7.

 

Isto pode ser clara e precisamente comprovado através:

 

a)              da 1ª declaração dos Princípios Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia redigida por Uriah Smith e publicada em 1872 (clique aqui para ver o documento);

b)              da publicação destes mesmos Princípios no primeiro número da revista Signs of the Times em 1874 (clique aqui para ver o documento);

c)               da publicação oficial destas Crenças Fundamentais no 1º Year Book da IASD em 1889 (clique aqui para ver o documento);

d)              da aprovação destes mesmos Princípios na Assembléia da IASD em Battle Creek no ano de 1894, nesta que foi “a mais representativa, compreensiva e autorizada declaração das Crenças Fundamentais na história até aquele tempo” – de acordo com Le Roy Edwin Froom em seu livro Movement of Destiny na página 342 (clique aqui para ver o documento);

e)              da repetição destes mesmos Princípios Fundamentais na publicação em todos os Year Books entre os anos de 1905 e 1914 (clique aqui para ver os documentos).

 

Estes Princípios Fundamentais eram de forma inquestionável a Doutrina Oficial da IASD na qual criam e defendiam os pioneiros deste movimento (clique aqui para ver os documentos):

 

Os pontos principais da nossa fé, tal como temos hoje, foram firmemente estabelecidos. Ponto por ponto foi claramente definido e toda a irmandade veio em harmonia. A inteira congregação de crentes está estabelecida na verdade. Há aqueles que vieram com estranhas doutrinas, mas nós não tememos encontrá-los. Nossa experiência foi maravilhosa e estabelecida pela revelação do Espírito Santo.” (Ellen G. White - MS. 1903).

 

Nós não podemos aceitar as palavras daqueles que trazem mensagens contradizendo os principais pontos da nossa fé. Eles juntam um mundo de textos e uma pilha de provas que sustentam as suas teorias. Isso tem acontecido sempre nos últimos 50 anos. Enquanto as Escrituras são a Palavra de Deus e devem ser respeitadas, se o que eles mostram altera um pilar do fundamento que Deus tem sustentado nesses passados 50 anos, é um grande engano. Os que recebem essas explicações sabem das maravilhosas demonstrações do Espírito Santo, que nos deu poder e força nas mensagens do passado, que vieram ao povo de Deus.” (Ellen G. White, 1905, Manuscript Release No. 760: The Integrity of the Sanctuary Truth, pages 18-20).

 

Nenhum alfinete deve ser removido no que o Senhor estabeleceu. Nós encontraríamos segurança em menos do que o Senhor nos tem dado nesses últimos cinqüenta anos?” (Ellen G. White, Review and Herald, 05/Maio/1905).

 

Porém, apesar das diretas advertências para não moverem sequer um alfinete daquilo que já estava estabelecido através dos Princípios Fundamentais, a doutrina dos adventistas foi mudada:

 

Atual Crença Fundamental nº. 2 - A Trindade.

Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo, e sempre presente. (Deut. 6:4; 29:29; Mat. 28:19; II Cor. 13:13; Efés. 4:4-6; I Pedro 1:2; I Tim. 1:17; Apoc. 14:6 e 7).

 

Esta mudança já havia sido predita por Ellen G. White:

 

A mensagem do Senhor claramente nos adverte: O inimigo das almas nos trás a impressão que uma grande reforma está tendo lugar entre os Adventistas do Sétimo Dia, e essa reforma consistiria em abandonar as doutrinas que são as bases da nossa fé, num processo de reorganização. Em que essa reforma que teria lugar vai resultar? Os princípios da verdade que Deus na sua sabedoria tem dado a igreja remanescente seriam descartados. Nossa religião seria mudada. Os princípios fundamentais que tem sustentado a obra nos últimos 50 anos seriam tidos como erro. Uma nova organização seria estabelecida. Livros da nova ordem seriam escritos. Um sistema de filosofia intelectual seria introduzido. Os fundadores desse sistema iriam às cidades e fariam um maravilhoso trabalho. O sábado de fato seria relaxado, na forma como ele foi criado. Nada resistiria ao novo movimento. Ele criaria dependência na força de homens, que sem Deus não valem nada. A sua fundação seria feita na areia, e a tempestade e o vento banirão essa estrutura.” (Ellen G. White, Selected Messages, Book 1, Páginas 205 e 206).

 

Cumprimento preciso...

 

             

 

Quando isto estivesse acontecendo, a orientação dada foi:

 

Quando o homem vier mover um alfinete do nosso fundamento o qual Deus estabeleceu pelo seu Santo Espírito, deixe os homens de idade que foram os pioneiros no nosso trabalho falar abertamente, e os que estiverem mortos falem também, reimprimindo os seus artigos das nossas revistas. Juntemos os raios da divina luz que Deus tem dado, e como Ele guiou seu povo, passo a passo no caminho da verdade. Esta verdade permanecerá pelo teste do tempo e da experiência.” (Ellen G. White, 24 de Maio de 1905, Manuscript Release Vol.1, pág.55).

 

E os pioneiros diziam...

 

... antigo credo trinitariano, fora das escrituras...Tiago White em um artigo no The Day-Star em 24/01/1846.

 

... velha e absurda doutrina trinitariana...J.N.Andrews em um artigo no The Advent Review and Sabbath Herald em 05/08/1852.

 

“... a Trindade que acaba com a personalidade de Deus, e de seu Filho Jesus Cristo... nós saímos destas fábulas...Tiago White em um artigo no The Advent Review and Sabbath Herald em 11/12/1855.

 

... vestígio do papado... tal como... a trindade...Tiago White em um artigo no The Advent Review and Sabbath Herald em 07/02/1856.

 

“... Trindade... intoxicação pelo vinho que todas as nações beberam... uma das principais doutrinas... pela qual o bispo de Roma foi exaltado ao papado...R.F.Cottrell em um artigo no The Advent Review and Sabbath Herald em 06/07/1869.

 

Diante de tudo o que foi dito, não entendo como podem a maioria dos adventistas atuais lerem à declaração de George R. Knight em seu livro Em busca de Identidade, e ficarem conformadamente despreocupados:

 

A maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia não poderia unir-se à igreja hoje se tivesse de concordar com as ’27 Crenças Fundamentais’ da denominação. Para ser mais específico, eles não poderiam aceitar a crença número 2, que trata da doutrina da trindade.” (1ª edição, pág.16).

 

A lição sobre o Espírito Santo se encerra de forma melancólica, pois alguns esperavam que perguntas tais como...

 

QUEM MUDOU?

QUANDO FOI QUE MUDOU?

ONDE FOI QUE MUDOU?

POR QUE MOTIVO MUDOU?

 

...fossem respondidas de forma franca e direta. Será que algum dia a atual IASD se abrirá para estas perguntas e enfrentará de frente algumas verdades que atualmente se esforçam para ocultar na esperança que o tempo as elimine completamente?

 

A lição terminou, mas infelizmente milhões de adventistas ainda continuam sem perceber a terrível contradição que existe entre um conselho que acreditam ser inspirado, e suas recentes Crenças Fundamentais nº. 2 e nº. 5:

 

“Não é essencial que sejamos capazes de definir exatamente o que seja o Espírito Santo. Cristo nos diz que o Espírito é o Consolador, o ‘Espírito da verdade, que procede do Pai’ (João 15:26). Declara-se positivamente, a respeito do Espírito Santo, que em sua obra de guiar os homens em toda a verdade ‘não falará de si mesmo’ (João 16:13).

A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a igreja. Com relação a tais mistérios – demasiadamente profundos para o entendimento humano – o silêncio é ouro.” Atos dos Apóstolos, pág. 52.

 

Mas a busca pela verdade continua!

 

A próxima lição “O EVANGELHO, 1844 E O JUÍZO” me parece ser muito boa para uma reavaliação de Crenças Fundamentais características da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no sentido de sabermos se as bases teológicas que deram origem a este movimento são biblicamente sustentáveis ou não.

 

Nosso lema continuará sendo:

 

A VERDADE NÃO TEME INVESTIGAÇÃO.

 

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