Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006

 

O Espírito Santo

 

 

Lição 1 – Personalidade e divindade do Espírito Santo

 

 

Domingo, 26/03/2006 - O DEUS TRIÚNO

 

Já dissemos na introdução da lição deste trimestre que os Adventistas do 7º Dia não criam naquela que é hoje a 2ª crença fundamental. Pelo contrário, os pioneiros deste movimento a condenavam e combatiam nos seguintes termos:

 

A forma espiritualista pela qual negam a Deus como o único Senhor, e Jesus Cristo está numa primeira posição, constitui um antigo credo trinitariano, fora das escrituras; que Jesus é Deus eterno. No entanto não existe passagem das escrituras que dê suporte isso. Temos testemunhos bíblicos em abundância que ele é Filho do Eterno Pai.Tiago White em um artigo no “The Day-Star” em 24/01/1846

 

... está tão longe da verdade como a velha e absurda doutrina trinitariana na qual diz que Jesus é verdadeiramente o Deus eterno.J.N.Andrews em um artigo no “The Advent Review and Sabbath Herald” em 05/08/1852.

 

A doutrina da Trindade foi estabelecida na igreja pelo concílio de Nicéia 325 AD. Essa doutrina destrói a personalidade de Deus e seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. A forma infame como foi imposta à igreja, aparece nas páginas da história eclesiástica, que causa aos que acreditam na doutrina corar de vergonha.J.N.Andrews em um artigo no “The Advent Review and Sabbath Herald” em 06/03/1855.

 

Mas, a fábula Pagã e Papal da natural imortalidade, fez do maior inimigo do homem, a morte, a porta para a felicidade eterna, e deixa a ressurreição como uma coisa de pequena significação. É a base do espiritualismo moderno. Aqui nos devemos mencionar a Trindade que acaba com a personalidade de Deus, e de seu Filho Jesus Cristo, e o batismo por aspersão que em vez de sepultar em Cristo no batismo, em significado da sua morte. Mas nós saímos destas fábulas para encontrar outra, que é sagrada para quase todos os cristãos, católicos e protestantes. É a mudança do sábado do quarto mandamento, do sétimo para o primeiro dia da semana. O festival pagão do domingo ...Tiago White em um artigo no “The Advent Review and Sabbath Herald” em 11/12/1855.

 

A grande falta da Reforma foi que os reformadores pararam de reformar. Se tivessem  levado avante, não teriam deixado nenhum vestígio do papado atrás, tal como a natural imortalidade, batismo por aspersão, a trindade, a guarda do domingo, e a igreja agora estaria livre de erros escriturísticos.Tiago White em um artigo no “The Advent Review and Sabbath Herald” em 07/02/1856.

 

Esta doutrina da Trindade foi trazida para a igreja no mesmo tempo em que a adoração de imagens, e a guarda do domingo e não é mais do que a doutrina dos persas remodelada.J.N.Lougborough em um artigo no “The Advent Review and Sabbath Herald” em 05/11/1861.

 

Sustentar a doutrina da Trindade, não é mais que uma evidência da intoxicação pelo vinho que todas as nações beberam. O fato dessa ser uma das principais doutrinas, senão a principal, pela qual o bispo de Roma foi exaltado ao papado, não recomenda muito em seu favor. Isto deveria fazer alguém investigar por si mesmo, como quando os demônios fazem milagres para provar a imortalidade da alma. Se eu nunca duvidei antes, agora eu tenho que ir até o fundo para provar ....R.F.Cottrell em um artigo no “The Advent Review and Sabbath Herald” em 06/07/1869.

 

Caso queira comprovar a veracidade das declarações acima, veja as cópias dos documentos originais acessando:

 

www.arquivoxiasd.com.br/parte2.htm

 

Não é sem motivos que o próprio George R.Knight, um dos maiores teólogos e historiadores da Igreja Adventista atualmente, reconhece em seu livro “Em busca de Identidade”:

 

A maioria dos fundadores do adventismo do sétimo dia não poderia unir-se à igreja hoje se tivesse de concordar com as ’27 Crenças Fundamentais’ da denominação. Para ser mais específico, eles não poderiam aceitar a crença número 2, que trata da doutrina da trindade.” (1ª edição, pág.16)

 

Mas isto, aqueles que estão estudando a lição deste trimestre e que dependem exclusivamente daquilo que lá está escrito, jamais saberão.

 

A lição apresenta a 2ª Crença Fundamental da IASD como um imutável “Nisto Cremos”; e para piorar, evocam outros milhões de cristãos que crêem na Trindade como querendo dizer: “Nós não estamos sozinhos! A esmagadora maioria dos cristãos pensa como nós” (é verdade, inclusive a Igreja Católica Apostólica Romana onde tudo começou). No “Estudo Indutivo da Bíblia” (pág. 11 da Lição) é repetido: “A maioria das denominações cristãs crê que esta é uma verdade.” Eu pergunto: “E DAÍ?” A maioria crê na imortalidade da alma e na santificação do domingo, e o que isto prova a favor da verdade?

 

Aliás, aí está uma das motivações que levaram a mudança: o reconhecimento por parte dos demais protestantes de que a IASD não é uma seita, e sim um segmento legítimo da reforma protestante. Para tanto, tiveram que fazer algumas concessões, sendo a trindade uma das principais. Ninguém que não aceite a trindade poderia ser aceito no Conselho Mundial das Igrejas (WCC), todavia hoje, a IASD não somente faz parte, como também mandou o vice-presidente da Conferência Geral juntamente com uma delegação para a 9ª Assembléia da WCC realizada em Porto Alegre-RS entre os dias 14 a 23 de fevereiro de 2006. Desta forma os interesses financeiros da Corporação Mundial da IASD através de seus muitos hospitais e escolas foram assegurados, uma vez que ela se tornou mais uma igreja protestante entre muitas outras.

 

Mas você não precisa acreditar nisto! Acho até melhor você esquecer o último parágrafo, pois nossa intenção aqui não é suscitar na mente idéias que podem ser interpretadas como teorias conspiratórias de alguns poucos revoltados. O ponto principal não são os interesses escusos que podem ou não existir nos bastidores eclesiásticos, mas sim se existem na Bíblia legítimas motivações para as mudanças ocorridas nas crenças fundamentais da IASD.

 

Vamos à Bíblia!

 

Que evidência temos da pluralidade da Divindade nos textos apresentados na lição?

 

Gên. 1:26 – “Façamos o homem a nossa imagem”

Gên. 3:22 – “como um de nós”

Gên. 11:7 – “Desçamos e confundamos”

Isa. 6:8 – “Quem há de ir por nós”

João 1:1-3 – Texto que apresenta claramente a verdade sobre a existência de Deus, o Pai, e de Seu Filho.

João 8:58 – Texto que apresenta claramente a verdade sobre a divindade do Filho de Deus.

 

O título da lição de hoje é “O Deus Triúno”, mas vocês perceberam que usaram 6 textos bíblicos que não provam absolutamente nada a respeito da trindade?

 

A única coisa que ficou claramente evidenciado nestes textos é aquilo que está declarado em I Cor. 8:6:

 

Para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos.” (NVI)

 

Não entendo como o autor da lição teve a coragem de declarar:

 

...um só Deus que existe como três pessoas. Embora esse conceito em si não seja simples, a evidência bíblica dessa verdade é poderosa e inevitável.

 

Se a evidência bíblica a favor da trindade é tão poderosa e inevitável, por que ele não apresentou aqui sequer um texto bíblico que levasse a esta conclusão?

 

No entanto o “Auxiliar e Comentários Adicionais” (pág.10 da Lição) blefa de forma vergonhosa: “A Escritura menciona constantemente as três pessoas da Divindade com uma conclusão inequívoca de equivalência entre elas.” O desespero de causa por parte dos teólogos da IASD é tão grande que, entre os versos que usaram para embasar esta afirmação, está I João 5:6 e 7. Qualquer teólogo com o mínimo de conhecimento de Crítica Textual, jamais teria a ousadia de usar este verso para tentar provar ou defender a existência da Trindade. O próprio Dr.José Carlos Ramos, em artigo A FAVOR da Trindade na “Revista Adventista” de Maio/2005, reconhece os fortes indícios que levam a crer que parte deste texto é resultado de posterior interpolação no texto original, colocando-o na categoria de “duvidoso”. Mas a lição nada explica; simplesmente menciona o texto já sabedora que muitos sinceros leitores não perceberão o embuste. Para os teólogos da atual IASD isto é um jogo de “vale tudo” onde se utilizam de armamento não convencional com o pensamento: “Se passar, passou!”.

 

Para complementar aquilo que se propuseram a provar, e não conseguiram provar nada, recorrem aos suspeitos textos de Ellen White do livro que ela nunca escreveu, chamado “Evangelismo”.

 

Como? Ellen White não escreveu o livro Evangelismo? Claro que não! Este compêndio é uma compilação, ou seja, selecionaram vários textos que Ellen White realmente escreveu e enviou para ser publicado, com outros vários textos que ela supostamente escreveu e que nunca enviou para publicação, e montaram um livro com um monte de textos retirados de diversos contextos, e pior de tudo, com uma tradução tendenciosa e manipulativa.

 

O texto que aparece na lição está assim:

 

O Filho é toda a plenitude da Divindade manifestada. A Palavra de Deus declara que Ele é ‘a expressa imagem da Sua pessoa’ .... O Consolador que Cristo prometeu enviar depois de ascender ao Céu, é o Espírito em toda a plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da graça divina a todos quantos recebem e crêem em Cristo como um Salvador pessoal. Há três pessoas vivas pertencentes à Trindade celestial; em nome destes três grandes poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo.” - Ellen G. White, Evangelismo, págs. 614 e 615 (grifo acrescentado)

 

A frase sublinhada traz a palavra “Trindade”, porém Ellen White nunca usou esta palavra em qualquer um de seus escritos. Veja como o livro “Evangelism” em inglês traz este trecho:

 

There are three living persons of the heavenly trio; in the name of these three great powers – the Father, the Son, and the Holy Spirit...

 

A tradução é:

 

Existem três pessoas vivas no trio celestial; em nome destes três grandes poderes – o Pai, o Filho, e o Espírito Santo...

 

Notem que não existe a palavra Trindade na versão em inglês, mas a nossa em português tem. Isto não é estranho? Será que nós de fala portuguesa somos merecedores de uma revelação que os de fala inglesa não possuem? Isto soa como brincadeira, mas é muito grave! Estão querendo nos manipular fazendo crer que Ellen White disse coisas que nada verdade ela nunca pretendeu dizer.

 

Porém, mesmo o texto em inglês do livro “Evangelism”, não é fiel ao manuscrito original, pois no manuscrito original, Ellen G. White escreveu o termo “persons”, que significa pessoas. Entretanto, ela mesma corrigiu e colocou o que deveria ser o correto entendimento. Riscou a letra “s” e acrescentou o final “alities”, transformando a palavra “persons” em “personalities”, que significa “personalidades”. Além disso, ela acrescentou o termo “the” logo após o início da frase, de maneira que a frase do manuscrito original se encontra da seguinte forma:

 

There are the living three persons alities of the heavenly trio in which every soul repenting of their sins believing receiving Christ by a living faith to them who are baptized.

 

Ampliamos a parte do manuscrito de Ellen White onde ela faz as correções mencionadas:

 

 

Uma diferença conceitual:

person = pessoa

(plural = persons)

personality =  qualidades, caráter, entidade

(plural = personalities)

 

Portanto, para ser fiel ao manuscrito original, a tradução correta seria:

 

Existem as três personalidades vivas no trio celestial nas quais cada alma arrependida dos seus pecados recebendo a Cristo por meio de fé viva por eles são batizados.

 

Bem diferente daquilo que inicialmente lemos na lição, não acham?

 

Caso queira ler o documento original na íntegra, acesse:

 

www.arquivoxiasd.com.br/evang3.htm

 

Outro ponto muito importante a destacar é o fato deste manuscrito que estamos analisando, não fazia parte do material enviado por Ellen White para ser publicado.

 

Após sua morte, todos os papéis, bilhetes, cartas particulares, anotações e rascunhos que encontraram em seus pertences foram recolhidos. Portanto, o manuscrito que estamos analisando poderia ser uma simples anotação ou rascunho sem a menor intenção por parte dela, que isto fosse um dia publicado. Principalmente da maneira que foi, ou seja, desconsiderando o contexto e as correções que ela mesma apontou.

 

Isso sem falar que fica muito difícil saber ao certo a razão da existência de cada uma destes papéis encontrados. Será que se tratavam de anotações de idéias de que ela simplesmente procurou registrar para não esquecer, mas que por algum motivo, nunca teve uma clara orientação do Senhor para enviar este material para ser publicado? Ellen White viveu numa época onde a única maneira de se guardar uma informação era decorando ou escrevendo num papel. Não seria temeroso pegar, após sua morte, todo tipo de papel que fora encontrado e publicá-lo sem saber ao certo do que se trata aquela anotação? É lícito hoje publicar estas anotações sendo que ela nunca, pelo que se sabe, teve a intenção de publicá-las?

 

A lição termina de hoje termina perguntando: Que analogias podem ajudar a entender a idéia de como um Deus pode ser composto de três pessoas iguais?

 

Eu já ouvi várias:

 

O Deus único é como uma empresa com três sócios com partes iguais, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

 

O Deus único é como a água que se apresenta em três estados: sólido, líquido e gasoso.

 

O Deus único é como um ovo que é composto de três elementos: gema, clara e casca.

 

Isto não é explicação, é profanação!

 

Deve ser por estes motivos que Tiago White afirmou:

 

Que uma pessoa seja três pessoas, e que três pessoas sejam uma só pessoa, é uma doutrina que nós podemos proclamar ser uma doutrina contrária à razão e ao senso comum.“Advent Review and Sabbath Herald”, 06/07/1869

 

“... a Trindade que acaba com a personalidade de Deus, e de seu Filho Jesus Cristo...” “The Advent Review and Sabbath Herald”, 11/12/1855.

 

Mas veja bem, não deixamos de crer na Trindade por que simplesmente não a entendemos, não cremos num Deus triúno por que até agora não encontramos qualquer texto bíblico que ratifique esta compreensão de forma clara e irrefutável.

 

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