De olho na Lição da Escola Sabatina

 

Lição 11  (2º Trimestre de 2005)

 

O Esboço da Lição contém uma frase interessante na parte Resumo:

 

Ao afirmar a divindade de Jesus, é importante lembrar que Sua morte e Seu sofrimento foram reais.” Edição do Professor, pág.143 (Negrito acrescentado)

 

Algumas páginas adiante, ainda no Auxiliar e Comentários Adicionais da lição desta semana, nos deparamos com outra frase que contradiz a primeira:

 

Sua obra era comandada pela Divindade e, como parte da Trindade, Ele decidiu tomar sobre Si mesmo as fraquezas da humanidade, e nesta natureza derrotar Satanás.” Edição do Professor, pág.145 e 146 (Negrito acrescentado)

 

A pergunta que todo aquele que crê na trindade deveria fazer é:

 

Como a morte de Jesus poderia ser real sendo que Ele fazia parte da Trindade?

 

A doutrina da Trindade, que passou a incorporar as Crenças Fundamentais da IASD após a morte dos pioneiros que a combatiam, reza:

 

“Há um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas. Deus é imortal, onipotente, onisciente, acima de tudo e sempre presente ...” Crenças Fundamentais, nº 2 – Extraído do livro Nisto Cremos, pág.31, 2ª edição (Negrito acrescentado)

 

Em outras palavras, aqueles que crêem no dogma da trindade acreditam que Jesus, como membro da trindade, é Deus coeterno e imortal juntamente com o Pai e o Espírito Santo.

 

Como um Ser que é imortal pode morrer?

 

Será que Jesus deixou de ser Deus coeterno e imortal quando assumiu a natureza humana? Segundo a Crença Fundamental nº 4, a resposta é NÃO:

 

“Deus, o Filho Eterno, encarnou-Se em Jesus Cristo ... Sendo para sempre verdadeiramente Deus, Ele se tornou também verdadeiramente homem ...” Idem, pág.56 (Negrito acrescentado)

 

Em outras palavras, Jesus nunca deixou de ser Deus coeterno e imortal! Então como foi possível um ser imortal morrer sem nunca ter deixado de ser imortal?

 

A Revista Adventista de junho/2004 na parte intitulada “Consultoria Doutrinária” trouxe a seguinte explicação:

 

“A morte do Deus-homem, Jesus, não é meramente a morte de um ser humano ou de uma criatura extraterrestre; é também a morte de Deus! ... a morte de Cristo requereu a Sua divindade. Ela não morreu literalmente, mas estava ali, em profunda unidade com Sua natureza humana. Sua plena divindade consentiu em Sua morte como sacrifício pelo pecado. Para usar a linguagem proverbial, a divindade de Cristo morreu ‘mil mortes’ quando da morte de Sua divindade!” (Negrito acrescentado)

 

Pelo que entendi da explicação acima, a divindade de Jesus “não morreu literalmente”, quem morreu foi somente sua natureza humana; a parte divina e imortal de Cristo permitiu que a Sua parte humana e mortal morresse; a morte da divindade deve ser entendida apenas como algo proverbial. Se eu entendi bem, esta é a explicação oficial da atual IASD para a morte da imortal 2ª Pessoa da trindade, o Deus Filho. (Só um detalhe: As explicações da Revista Adventista foram extraídas das págs. 299, 300 e 301 do livro “A Trindade”, lançado em 2003 pela CPB).

 

Com base na explicação acima, como os trinitarianos podem entender e aceitar que a morte de Jesus foi real, tal como a lição afirma? Para explicar a morte real de um Ser, que segundo eles, é imortal, dividiram o Filho de Deus em duas partes para explicar que somente sua parte humana morreu de fato, porém sua parte divina nunca morreu, pois é imortal. Desculpem-me os trinitarianos, mas para conseguir sustentar sua absurda crença numa divindade triúna, transformaram o sacrifício do Unigênito Filho de Deus numa “farsa”. Como posso entender um sacrifício infinito, tal qual a Palavra de Deus nos ensina, se por um lado Jesus morreu e por outro nunca morreu?

 

A maioria dos cristãos não percebe, mas a crença numa divindade triúna miniminiza, para não dizer destrói, a essência das boas novas (do evangelho), que ensina que “Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rom.5:8). Não é a toa que esta grotesca distorção da verdade surgiu dentro da igreja cristã apostatada e acabou se tornando um dos ingredientes básicos do vinho de Babilônia que embriaga a quase todos, inclusive a IASD atual.

 

Por que não ficar simplesmente com aquilo que a Bíblia ensina?

 

Só existe um único Deus Eterno e verdadeiramente Imortal, Deus, o Pai:

 

“Aquele que tem Ele só a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” I Timóteo 6:16

 

Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de Deus:

 

“Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim também concedeu ao Filho ter a vida em Si mesmo.” João 5:26

 

Sua morte foi real, e não apenas uma encenação teatral:

 

“Pois primeiramente vos entreguei o que também recebi; que Cristo morreu por nossos pecados , segundo as Escrituras.” I Coríntios 15:3

 

E trindade não existe:

 

“Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também por Ele.” I Coríntios 8:6

 

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Uma valiosa contribuição:

 

O irmão S.J. nos encaminhou dois textos do livro Nisto Cremos (que ele chama muito apropriadamente de “Nisto Agora Cremos”) que reforçam o que dissemos sobre o posicionamento da atual IASD trinitariana em relação à morte de Cristo:

 

“A pessoa de Jesus Cristo possuía duas naturezas: divina e humana. Ele é o Deus-homem.” Nisto Cremos, pág. 76 – 2ª Edição (1990) – C.P.B.

 

“Durante a crucifixão a Sua natureza humana morreu, e não a Sua divindade, pois isto seria algo impossível” Idem, pág. 77

 

Na seqüência, ele apresenta um texto para demonstrar que este pensamento é “uma doutrina genuinamente Católica”:

 

“A verdadeira doutrina fora magistralmente exposta, dois anos antes, pelo papa São Leão, numa carta que se tornaria célebre, dirigida ao patriarca Flaviano. Referia-se aos seguintes pontos, que continuam sendo o resumo da fé católica:

1)      Em Jesus Cristo, há uma só pessoa, a pessoa do Verbo Encarnado em nossa natureza;

2)      Nesta pessoa única do Verbo, após a encarnação, há duas naturezas, a natureza divina e a humana, sem mistura e sem fusão possíveis;

3)      Cada uma das naturezas mantém atividade própria, atividade que exerce em comunhão com a outra;

Em virtude da união substancial das duas naturezas, devemos atribuir só ao Verbo o que, em Cristo, pertence ao Filho de Deus e ao Filho do homem. (...) Ensinamos unanimemente que há um só e mesmo Filho, nosso Senhor, perfeito em sua Divindade e perfeito em sua humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai, segundo a Divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade, semelhante a nós em tudo, exceto o pecado.” CRISTIANI, Monsenhor – Breve Histórias das Heresias, págs. 40 e 41 – Livraria Editora Flamboyant (1962)

 

Leia na seção “Reação dos Leitores” a contribuição do irmão S.J. na íntegra (Email recebido em 10/06/05):

 

Não creio na trindade porque ela prega que Cristo não morreu

 

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“Examinai tudo. Retende o bem.” I Tessalonicenses 5:21

 

 

 

Continuaremos de olho...

 


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