Lição da Escola Sabatina - 2º Trimestre de 2006
O Espírito Santo
Lição
1 – Personalidade e divindade do Espírito Santo
Sexta, 31/03/2006 – ESTUDO ADICIONAL
As explicações abaixo são de autoria de Robson Ramos e foram extraídas de seu site (www.adventistas.com).
Alguns pastores que, não
conseguindo fundamentar a doutrina da trindade pela Bíblia, recorrem a
citações atribuídas a Ellen G. White, supostamente
redigidas por ela nos anos de 1897, 1899, 1901 e 1906 e reunidas para a
publicação em 1946, no livro Evangelismo, págs.
616-617.
Esses leitores não se
satisfazem com as muitas evidências de equívocos pessoais,
manipulação, interferência não-autorizada e
até de plágio nos escritos da Sra. White, já apresentadas
aqui. Leia, por exemplo, sobre William W. Prescott, o Homem que Introduziu
Conceitos Trinitarianos nos Escritos da Sra. White.
Também não se
impressionam com o depoimento do próprio filho da profetisa, o qual,
segundo ela, teria sido escolhido por Deus para auxiliá-la em seu
trabalho depois da morte de seu marido. Em carta aqui publicada, Guilherme
White fundamenta-se biblicamente para rejeitar a doutrina da existência
do Espírito Santo como uma terceira pessoa divina e afirma não
compreender certas declarações sobre o Espírito Santo
atribuídas a sua mãe. (Clique para ler!) Para ele, o
Espírito Santo tem personalidade (características pessoais), mas
não é um indivíduo.
Nem mesmo as
recomendações da Sra. White quanto à impropriedade de
fundamentar doutrinas sobre seus escritos, comovem aqueles para preferem dar
ouvidos a seus pastores do que àquilo que o próprio Deus diz
Por isso, trabalhando apenas com
a hipótese de os textos mencionados terem sido realmente escritos por
EGW e que sua tradução para o português esteja
absolutamente correta e fiel aos originais, analisaremos rapidamente a esses
excertos agrupados no livro Evangelismo, apenas visando a demonstrar que
nada provam acerca da Trindade e que até se contradizem, tanto entre si
quanto em relação a outros textos da Sra. White, sendo, portanto,
indignos de credibilidade:
TEXTO 1
“Precisamos reconhecer
que o Espírito Santo, que é tanto uma pessoa como o
próprio Deus, está andando por esses terrenos.” - Ellen G. White, Evangelismo, pág.
616.
O texto acima
refere-se ao Espírito Santo e a Deus como seres distintos. E diz que o
Espírito Santo é uma pessoa como o próprio Deus
também é uma pessoa. Assim, meramente supondo que tenha sido
escrito por EGW, compara a pessoalidade do Espírito à
pessoalidade de Deus. Mas esse texto não diz que o Espírito Santo
é uma pessoa divina, ou que o Espírito Santo seja Deus. Diz
apenas que é uma pessoa, como Deus também o é. Neste caso,
o Espírito Santo poderia até ser simplesmente um anjo de Deus. Ou
seja, poderíamos dizer, por exemplo: “Precisamos reconhecer que o
anjo Gabriel, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus,
está andando por estes terrenos...”
Outro detalhe importante
é a omissão no Cd-Rom das Obras Completas da Sra. White, dessa
informação que aparece entre parênteses no texto do livro
impresso: “De uma palestra para os estudantes na Escola de
Avondale.” Sabe o que isto significa? Que essas palavras não foram
escritas pela Sra. White, mas simplesmente anotada por terceiros durante a
palestra, uma vez que ainda não havia gravadores de som nessa
época. Merecem elas credibilidade? Por que esse detalhe importante foi
omitido pela CPB no cd-rom?
Para compreender tudo o que está
por trás deste texto, acesse:
http://www.arquivoxiasd.com.br/evang.htm
TEXTO 2
“O Espírito Santo tem personalidade, do contrário
não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso
espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa
divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem
ocultos na mente de Deus. ‘Porque qual dos homens sabe as coisas do
homem, senão o espírito do homem, que nele está? assim
também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o
Espírito de Deus’.” - Ibidem,
pág. 617
Neste outro
trecho, porém, a comparação com o espírito do homem
destrói o argumento de que o Espírito de Deus seja uma pessoa
distinta dEle. Assim como não existe um outro homem dentro de nenhum de
nós, distinto de nós, também não há um Deus,
dentro do próprio Deus, que Lhe perscrute a mente. O espírito
humano está para o homem como o Espírito de Deus está para
o próprio Deus. Ou seja, nosso espírito faz parte de nós,
mas não existe pessoal e distintamente separado de nós, a menos
que creiamos em espíritos independentes, encarnados e desencarnados, como
os espíritas.
Para
compreender tudo o que está por trás deste texto, acesse:
http://www.arquivoxiasd.com.br/evang2.htm
TEXTO 3
“O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em
sujeição pelo poder de Deus na terceira pessoa da Trindade, o
Espírito Santo.” Ibidem.
A inclusão da palavra
Trindade na tradução, quando sabemos que ela nunca foi utilizada
pela Sra. White, é uma clara evidência de
manipulação dos textos da mensageira escolhida. Há quem a
substitua por Divindade e entenda o Espírito Santo como a terceira forma
personalizada com que Deus se apresentou aos seres humanos: Primeiro, como Pai,
o Criador; em segundo, através de Seu Filho, como Salvador; e agora,
ambos agem invisivelmente, como Espírito Santo. Consideremos,
porém, o restante do enunciado, como se fosse de Ellen G. White.
Quer dizer que Deus, o Pai, e
Seu Filho, Jesus Cristo, não dão conta de enfrentar o Diabo
sozinhos? Somente a suposta terceira pessoa da Trindade pode fazê-lo?
Não seria mais óbvio que o ministério de anjos do bem, sob
o comando de Gabriel, bastasse para neutralizar as ações de
Satanás e Seus demônios? Ou o Adversário de Deus é tão
poderoso assim que nem o Pai e Seu Filho o podem derrotar, apenas o Espírito
Santo? Se assim fosse, o Espírito é que seria o Altíssimo
Todo-Poderoso e o Pai e o Filho, deuses inferiores até mesmo em
relação ao diabo, uma vez que não o poderiam vencer...
Ellen G. White esclarece em
citação que destacamos recentemente no Adventistas.Com:
“Mediante o ministério dos anjos é o Espírito Santo
habilitado a atuar na mente e coração do instrumento humano, e
atrai-lo a Cristo.” Para Conhecê-Lo, MM 1965, 20 de
Fevereiro, pág. 57. Para derrotar espíritos imundos ou anjos do mal,
basta a ação dos espíritos ministradores enviados para
ajudar os que irão herdar a salvação. Não é
preciso um terceiro deus, ou a somatória de três deuses numa
trindade para enfrentar o Mal.
Uma vez que o diabo já
foi desmascarado, sendo desmentidos todos os seus argumentos contra Deus,
mediante o sacrifício da encarnação e morte de Nosso
Senhor Jesus Cristo, agora nenhuma dúvida mais paira na mente das hostes
celestiais e todos os anjos podem enfrentar sem qualquer receio as hostes
satânicas. Por isso, Cristo disse que, se Ele não vencesse a morte
e voltasse vitorioso para junto do Pai, o Espírito Consolador não
poderia vir e agir.
“Os
anjos de Deus, milhares de milhares, ... nos guardam do mal, e repelem os
poderes das trevas que nos estão procurando destruir.” A
Ciência do Bom Viver, págs. 253 e 254.
“Anjos
de Deus vigiam sobre nós. Na Terra há milhares e dezenas de
milhares de mensageiros celestes, enviados pelo Pai para impedir Satanás
de obter qualquer vantagem sobre os que se recusam a andar no caminho do mal. E
esses anjos, que guardam os filhos de Deus na Terra, estão em
comunicação com o Pai, no Céu.” Nos Lugares
Celestiais, (Meditações Matinais, 1968), pág. 99.
“Força
e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos
ministradores a toda alma crente.” Caminho a Cristo, págs.
52 e 53.
“Anjos
de luz e poder sempre estão perto, a fim de proteger, confortar, curar,
instruir e inspirar.” Review
and Herald, 11 de julho de 1912.
“Quando
quer que seja apresentado um livro que há de expor o erro,
Satanás se posta ao lado daquele a quem é oferecido, e apresenta
razões pelas quais não deve ser aceito. Mas um instrumento divino
está em ação a fim de influenciar as mentes a favor da
luz. Anjos ministradores oporão seu poder ao de Satanás. E
quando, através da influência do Espírito Santo a verdade
é recebida na mente e no coração, terá sobre o
caráter um poder transformador.” Manuscrito 31, 1890. -- O
Colportor Evangelista, pág. 115.
“O
Redentor do mundo não queria que o homem ficasse em ignorância dos
ardis de Satanás. A grande confederação do mal é
alistada contra os que querem vencer; mas Cristo deseja que olhemos para as
coisas que não se vêem, para os exércitos do Céu que
se acampam ao redor dos que amam a Deus, a fim de livrá-los. Os anjos do
Céu estão interessados em favor do homem. O poder da
Onipotência está à disposição dos que confiam
“O
Salvador do mundo apresenta a Seus seguidores o plano de batalha em que eles
são chamados a empenhar-se, e manda-lhes calcular as custas. Afirma-lhes
que anjos magníficos em poder estarão em Seu exército, e
habilitarão os que nEle confiam a lutar valentemente. Um
perseguirá a mil e dois a dez mil porão em fuga não por
sua própria força, mas pelo poder do Onipotente.” -- Nossa
Alta Vocação (Meditações Matinais, 1962),
pág. 309.
“Anjos
ouvem as manifestações de louvor e a oração de
fé, e levam as petições Àquele que ministra no
santuário em prol de Seu povo e apresenta Seus méritos em favor
deles. A oração genuína se apega à Onipotência
e concede a vitória aos seres humanos. Ajoelhado, o cristão
obtém forças para resistir à
tentação.” Review and Herald, 1º de fevereiro
de 1912. -- Recebereis Poder (Meditações Matinais, 1999),
pág. 138
“Podemos
fazer esforços em nossas próprias forças, mas sem
êxito. Quando, porém, nos deixamos cair, fracos, carecidos e em
dores, sobre a Rocha que é Cristo, sentindo no íntimo do
coração que nossa vitória depende de Seus méritos,
e que todos os nossos esforços em si mesmos, sem o auxílio
especial do maior Vencedor, de nada adiantarão, então Cristo, de
preferência a nos deixar sucumbir, lá da glória enviaria
todos os anjos para nos salvar do poder do inimigo.” Carta 1b, 1873. -- Para
Conhecê-Lo (Meditações Matinais, 1965), pág.
304.
Para
compreender tudo o que está por trás deste texto, acesse:
http://www.arquivoxiasd.com.br/pg671.htm
TEXTO 4
“Cumpre-nos cooperar com os três poderes mais altos no
Céu - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e esses poderes
atuarão por nosso intermédio, fazendo-nos co-obreiros de Deus.”
- Ibidem.
Fala-se apenas em
“três poderes mais altos dos Céus” e eles são
apresentados em ordem decrescente, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Não há referência a três pessoas divinas, que
formariam um único Deus. Ou seja, a doutrina da co-igualdade e da
(con)fusão trinitariana não se confirma. E não se afirma
que os três poderes sejam igualmente divinos e soberanos. O Filho
subordina-se ao Pai e o Espírito Santo, que procede dos dois,
está subordinado a ambos. Ou, a expressão “Espírito
Santo” pode, nesse caso, estar sendo uma referência ao anjo
Gabriel, que ocupou o lugar que outrora pertencera a Lúcifer, o qual, em
autoridade, vinha logo abaixo de Jesus Cristo na hierarquia celestial.
Alguém já nos
perguntou: Robson,
Você Crê que o Espírito Santo Seja um Anjo? A estes,
respondo: Não, estou apenas tentando entender o que a Sra. White quis
dizer nessa citação, se é que realmente a escreveu, uma vez
que em muitos outros textos ela afirma que Deus, o Pai, possuía um
único companheiro por toda a eternidade, Seu Filho Jesus Cristo... (Clique
no link para ler a resposta completa.) E em outro artigo, escrito em
parceria com o irmão Rogério Buzzi, detalhamos ainda mais nosso
posicionamento, apresentando Uma
Conexão Maravilhosa com o Céu Chamada “Espírito
Santo”.
Resumindo o que
estamos dizendo é que, assim como a expressão
“espírito imundo” no singular pode identificar a
Satanás individualmente, ou a qualquer outro demônio e mesmo a um
grupo de demônios (legião), a expressão
“Espírito Santo” poderia identificar tanto a Gabriel, quanto
a outro anjo ou mesmo um grupo de anjos bons. A questão é que,
pelo uso bíblico, o significado desse termo não se restringe a
isso, podendo significar também o fôlego de vida, luz,
bênção, amor, etc., que procede de Deus e nos flui
através de Seu Filho, o qual pode eventualmente se utilizar dos anjos
como “portadores de luz” para distribuir Seu Espírito
consolador aos que hão de herdar a salvação.
Para
compreender tudo o que está por trás deste texto, acesse:
http://www.arquivoxiasd.com.br/pg671.htm
CONCLUSÃO
A doutrina da Trindade
não se sustenta nem mesmo através dessas citações
aparentemente contraditórias atribuídas a Sra. White, reunidas na
compilação do livro Evangelismo. Obviamente, são
textos de difícil compreensão e que apresentam uma certa
incoerência entre si e com o restante dos escritos de EGW, o que pode
significar que não saíram de sua pena ou representam pensamentos
mal formulados que jamais teve a intenção de ver publicados.
De qualquer modo,
não provam uma vírgula sequer da doutrina trinitariana. Contudo,
mesmo assim, nós os consideramos neste artigo como se fossem, de fato,
inspirados e tentamos entendê-los, apesar da recomendação freqüentemente
repetida pelos pastores de que isto “não é
essencial”, que só “as coisas reveladas pertencem a
nós e nossos filhos”, que “a natureza do Espírito
Santo é um mistério”, etc.
Ora, se é um
mistério, por que a IASD decidiu por adorá-lo como um terceiro
deus? Estamos nós adorando a um mistério? O Adventismo tornou-se
uma daquelas religiões politeístas, de mistério? O abuso
chega até ao ponto de dizerem que nosso deus
é um “pequeno grupo”.
Por isso é que, com
oração e reverência buscamos a compreensão deste
tema, através da iluminação divina, prometida em Jeremias
33:3 – “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes
e ocultas, que não sabes.” -- e Tiago 1:5 – “Se, porém,
algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á
concedida”.
E considerando-se apenas a
Bíblia, aí, sim, é que a situação se
complica ainda mais para quem quer adorar a três deuses, mesmo que diga
que um desses deuses é mais tímido que os outros e não
gosta muito de se aparecer...
Por isso, quando seu pastor ou
ancião (ou a lição da Escola Sabatina) tentar
demovê-lo da fé no Deus único, com textos de EGW
alinhavados fora de seu contexto e enunciados de modo que pareçam ser de
origem duvidosa, apresente-lhe, por exemplo, este aqui, sobre o qual não
existe qualquer dúvida ou dificuldade de interpretação:
“Não é aos homens que devemos exaltar e adorar;
é a Deus, o único Deus verdadeiro e vivo, a quem
são devidos nosso culto e reverência. ...Unicamente o Pai e o
Filho devem ser exaltados.” The Youth's Instructor, 7 de julho
de 1898. -- Filhos e Filhas de Deus, MM 1956, 21 de fevereiro,
pág. 58.
Por mais que esperneie e tente
fugir do assunto, dizendo, que Ellen White nesse texto, estava apenas nos
orientando a não chamar os pastores de “reverendo”, porque
esse título era e ainda é usado por alguns ministros de outras
denominações; e que, portanto, não deveria ser dado a
nossos pastores, pois exalta o ser humano à categoria semelhante
à divina; responda-lhe que na Meditação Matinal em
que foi inserido pelos depositários do Patrimônio White, o tema do
capítulo de que o parágrafo foi retirado é a
obediência ao terceiro mandamento do Decálogo, que declara que o
nome de Deus não pode ser aplicado levianamente a nenhum outro ser, que
não seja Ele. Obviamente, isto inclui homens, pastores ou não, e
as concepções divinas da mente destes.
Se Deus diz que Ele é um
só e que possui um Filho igual a Ele, estou me colocando acima dEle
quando digo que na verdade as pessoas divinas são três e que
não são, de fato, Pai e Filho... Na prática, quem defende
a doutrina da Trindade, está se colocando acima da Palavra de Deus e
ousando ocupar um lugar que só pertence a Ele. Está tomando para
si o nome de Deus, em vão, e desatendendo ao claro conselho do
Espírito de Profecia, através da Sra. White: “Unicamente o
Pai e o Filho devem ser exaltados.”
“As Escrituras indicam com clareza a relação que
há entre Deus e Cristo, e com idêntica clareza apresentam a
personalidade e individualidade de cada um. (Heb. 1:1-5 citado.) Deus
é o Pai de Cristo; Cristo é o Filho de Deus. A Cristo foi
atribuída uma posição exaltada. Foi feito igual
ao Pai. Cristo participa de todos os desígnios de Deus.”
(Testemunhos Seletos Vol. III. 5ª ed. Santo André –
SP, CPB, 1985. pág. 266.).