Sábado 16/10/2004
Dois
lados opostos
De um lado o rei Nabucodonossor,
e do outro os três amigos de Daniel;
Um que persegue e ameaça, e
outro que é perseguido e ameaçado;
Um que se esquece do Deus Eterno
e o desafia, e outro que confia em Deus e O serve até as últimas conseqüências.
Na sua opinião a quem o Senhor
Deus mostrará o Seu favor, aceitação e misericórdia?
Se você se apressou em responder
que é ao segundo grupo (os perseguidos, ameaçados, que nEle confiam e O servem
a qualquer preço), talvez tenha que estudar novamente Daniel capítulo 3.
Geralmente
analisamos o capítulo 3 de Daniel enfatizando a coragem e fidelidade dos três
amigos de Daniel diante de um conflito que pode ser comparado a uma miniatura
do grande conflito dos séculos entre Cristo e Satanás, e cujo cerne está na
adoração (Quem é digno de ser adorado?), bem como enfatizamos também o
grandioso poder do Deus criador em livrar a todos aqueles que nEle confiam.
Mas os relatos de Daniel
capítulo 3 podem ser vistos de uma outra perspectiva! A perspectiva do rei
Nabucodonossor. Um rei que já havia experimentado a graça e o poder de Deus
manifestos em seu favor (Daniel 2), fazendo com que ele pudesse reconhecer
abertamente: “Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis”
Dan.2:47. Mas que, com o passar do tempo, encheu-se novamente de orgulho e
presunção, esquecendo-se da primeira profunda impressão que o Senhor Deus
Eterno havia lhe causado.
É analisando esta história da
perspectiva deste rei que podemos ver o Senhor Deus mostrando seu favor,
aceitação e misericórdia, não somente a três fervorosos hebreus que estavam
dispostos a entregar suas vidas por Ele, mas também por um rei orgulhoso
e presunçoso que O estava afrontando mesmo depois dEle lhe revelar Seu poder e
sabedoria.
A forma paciente e insistente
com que Deus nos trata nunca deixa de nos surpreender! Gosto de pensar no
Senhor Deus libertando seus três filhos fiéis não somente por causa do amor
para com eles, mas também por causa do Seu grande amor para com o rei
Nabucodonossor.
Muitas vezes queremos entender
todos os conflitos da perspectiva apocalípta em que o lado rotulado
simplistamente como o lado mau é vergonhosamente derrotado e esmagado. Muito
embora este seja o fim inevitável do mal, o Senhor nunca recorrerá a esta
estratégia sem antes fazer tudo para aplicar sua principal e mais arrasadora
estratégia no conflito do bem contra o mal: “DERROTAR OS SEUS INIMIGOS
TRANSFORMANDO-OS EM SEUS AMIGOS”.
Foi este o motivo, entre outros
igualmente importantes, que fez com que o Senhor preservasse aqueles três
jovens da fornalha ardente. O Senhor estava mais uma vez indo atrás de uma
ovelha perdida! Precisamos pedir diariamente que o Senhor nos ensine a usar
esta fulminante estratégia nos muitos conflitos que enfrentamos, especialmente
quando eles estão dentro da própria igreja que freqüentamos.
Mais uma vez a transformação
ocorrida na vida do rei Nabucodonossor foi evidenciada nas seguintes palavras:
“Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo,
e livrou os seus servos, que confiaram nele...por mim, pois, é feito um
decreto, pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus
de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, seja despedaçado...pois não há outro Deus que
possa livrar como este” Dan.3:28-29.
Já
que estamos estudando Daniel 3 não podemos deixar de relembrar alguns
importantes detalhes que envolvem a Adoração: Quem é digno de ser adorado?
“O Rei do Universo
convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar
a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este
mantinha para com todos os seres criados. O Filho de Deus partilhava do trono do Pai, e a
glória do Ser eterno, existente por Si mesmo, rodeava a ambos. Em redor do
trono reuniam-se os santos anjos, em uma multidão vasta, inumerável – ‘milhões
de milhões, e milhares de milhares’ (Apoc. 5:11), estando os mais exaltados
anjos, como ministros e súditos, a regozijar-se na luz que, da presença da
Divindade, caía sobre eles. Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou
que ninguém, a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar
inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os
poderosos conselhos de Sua vontade. O Filho de Deus executara a vontade do Pai
na criação de todos os exércitos do Céu; e a Ele, bem como a Deus, eram devidas as homenagens e fidelidade daqueles. Cristo ia ainda exercer o poder divino na criação
da Terra e de seus habitantes. Em tudo isto, porém, não procuraria poder ou
exaltação para Si mesmo, contrários ao plano de Deus, mas exaltaria a glória do
Pai, e executaria Seus propósitos de beneficência e amor.” Patriarcas
e Profetas, pág. 36
“Muitos dos simpatizantes de Satanás ficaram inclinados a
atender ao conselho dos anjos leais, para se arrependerem de sua insatisfação e
readquirirem a confiança do Pai e de Seu Filho amado. O grande revoltoso declarou então que estava
familiarizado com a lei de Deus, e se ele se submetesse em obediência servil,
sua honra lhe seria tirada. Não mais receberia o encargo de sua exaltada
missão. Disse-lhes que tanto ele quanto os outros haviam ido longe demais para
agora voltar, e que ele suportaria as conseqüências; que jamais
se curvaria diante do Filho de Deus em adoração servil;
que Deus não perdoaria, e que agora
teriam de assegurar a liberdade deles e obter pela força a posição e autoridade
que não se lhes havia sido concedida voluntariamente.” The Spirit of Prophecy, vol. 1,
págs. 20 e 21.
“Os anjos uniram-se a Adão e Eva em santos acordes de
harmoniosa música, e enquanto seus cânticos ressoavam cheios de alegria pelo
Éden, Satanás ouviu o som destas melodias de adoração ao
Pai e ao Filho. Ouvindo-as, sua inveja, ódio e
malignidade aumentaram...” The Spirit of Prophecy, vol. 1,
págs. 34 e 35
“Não é
aos homens que devemos exaltar e adorar; é a Deus, o único Deus verdadeiro
e vivo,
a quem são devidos nosso culto e reverência. ... Unicamente o Pai e o Filho devem ser exaltados.” The Youth's Instructor, 7 de julho
de 1898. -- Filhos e Filhas de Deus, MM 1956, 21 de fevereiro, pág. 58
“O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os
habitantes do Céu”. O Grande
Conflito, 36ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1988. p. 493
“... Cobiçando a honra que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este
príncipe dos anjos aspirou ao poder de que era prerrogativa de Cristo,
unicamente, fazer uso”. O Grande Conflito. 33ª ed. 1987. p. 497
“...
A exaltação do Filho de Deus à igualdade com o Pai, foi
representada como sendo uma injustiça a Lúcifer,
o qual, pretendia-se tinha também
direito à reverência e à honra. ... Não tinha havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo.
A inveja e falsa representação de Lúcifer,
bem como sua pretensão à igualdade com Cristo, tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do
Filho de Deus; mas esta havia sido a mesma desde o princípio. Muitos dos
anjos, contudo, ficaram cegos pelos enganos de Lúcifer ... Anjos que eram fiéis e verdadeiros
sustentavam a sabedoria e justiça do decreto divino, e se esforçavam por
reconciliar este desafeto com a vontade de Deus. Cristo era o
Filho de Deus;
tinha sido um com Ele antes que os anjos fossem chamados à existência. ...”. Patriarcas
e Profetas. 12ª ed. 1991. pp. 18-19
“Lúcifer no Céu, antes de sua rebelião
foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do
amado Filho de Deus. ... O
grande Criador convocou as hostes celestiais, para na presença de todos os
anjos conferir honra especial a Seu Filho. O Filho estava assentado no trono com o Pai, e a multidão celestial
de santos anjos reunida ao redor dEles. O Pai então fez saber que por
Sua própria decisão Cristo, Seu Filho, devia ser considerado igual a Ele, assim que em
qualquer lugar que estivesse presente Seu Filho, isto valeria pela Sua própria
presença. A palavra do
Filho devia ser obedecida tão prontamente como a palavra do Pai. Seu Filho foi por Ele
investido com autoridade para comandar as hostes celestiais. ... Muitos dos simpatizantes de Lúcifer
estavam inclinados a ouvir o conselho dos anjos leais e se arrependeram de sua
insatisfação, e de novo receberam a confiança do Pai e Seu amado Filho. ...”. História da Redenção.
3ª ed. 1981. pp. 13 e 16.
Os textos acima apresentam muito
claramente toda a questão em torno do Grande Conflito Cósmico entre Cristo e
Satanás, cujo cerne está na adoração. Infelizmente o dogma da trindade cegou a
muitos quanto à verdadeira essência deste Grande Conflito. Não conseguem
enxergar que foi justamente a tentativa de um terceiro ser de conquistar para
si a adoração que somente era devida ao Deus Eterno e ao Seu Filho unigênito,
que deu origem a todo este dilema universal.
Achei interessante a forma como
o rei Nabucodonossor descreveu aquele quarto ser dentro da fornalha ardente:
“Filho dos deuses” (Dan.3:25). Acredito que assim como Pedro foi impressionado
pelo Espírito de Deus a reconhecer e declarar Jesus como o Cristo, o Filho do
Deus vivo (Mat.16:13), assim também o rei Nabucodonossor foi igualmente
impressionado a descrever aquele quarto ser sobrenatural como o “Filho de Deus”.
É lamentável hoje ver como o
dogma da trindade, recentemente incorporado às crenças fundamentais dos
Adventistas do Sétimo Dia, despersonaliza o Deus Eterno e o Seu Filho
unigênito. De acordo com este dogma o Deus Eterno Criador dos Céus e da Terra é
um Deus triúno que se manifesta nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, sendo nenhum dos três é maior do que o outro ou originou-se antes de
outro. Ou seja, na trindade não existe um Deus que é o Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo. Os teólogos adventistas trinitarianos dizem que os termos
bíblicos para Pai e Filho são simplesmente figurativos e ilustrativos.
Quando eu era estudante de
teologia lembro-me muito bem nas aulas de exegese bíblica o professor enfatizar
que a Bíblia deve ser entendida inicialmente de forma literal levando em
consideração todo o contexto histórico, cultural e literário apresentados, e
que somente deveria ser interpretada de forma figurada ou ilustrativa quando
seu contexto imediato ou geral (a Bíblia como um todo) nos autorizasse a assim
proceder. E mais, este professor dizia: “A Bíblia interpreta-se por si mesma”.
Pergunto aos nossos doutores em divindade: Onde estão as evidências bíblicas
que nos autorizaria de forma clara e irrefutável a considerar os termos Pai e
Filho como termos simplesmente simbólicos? Os autores do livro “A Trindade” nas
páginas 108 a 111 até que tentam embasar teologicamente a simbologia das
expressões Pai e Filho, mas no fundo no fundo o que eles estão fazendo é
justamente violar uma das regras fundamentais da exegese bíblica: Eles estão
interpretando as Escrituras de acordo com suas idéias pré-concebidas sobre a
divindade, ao invés de deixar que a própria Bíblia explique-se por si mesma.
Por outro lado, se você ficar só
na Bíblia vai encontrar:
Apocalipse 3:14
“Ao
anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação
de Deus”
Provérbios 8:22-30
“O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o princípio
dos seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui constituída, desde o
princípio, antes de existir a terra.
Antes de haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes cheias
d'água. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros eu nasci,
quando ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer o
princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando
traçava um círculo sobre a face do abismo, quando estabelecia o firmamento em
cima, quando se firmavam as fontes do abismo, quando ele fixava ao mar o seu
termo, para que as águas não traspassassem o seu mando, quando traçava os
fundamentos da terra, então eu estava
ao seu lado como arquiteto; e era cada dia as suas delícias,
alegrando-me perante ele em todo o tempo”
Salmos 2:7,12
“Falarei
do decreto do Senhor; ele me disse: Tu
és meu Filho, hoje te gerei...Beijai o Filho, para que não se ire, e
pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados
todos aqueles que nele confiam.”
Atos 13:33
“a qual
Deus nos tem cumprido, a nós, filhos deles, levantando a Jesus, como também
está escrito no salmo segundo: Tu és
meu Filho, hoje te gerei.”
Hebreus 1:5-6
“Pois a
qual dos anjos disse jamais: Tu és
meu Filho, hoje te gerei? E
outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E outra vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os
anjos de Deus o adorem.”
Hebreus 5:5
“assim
também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas o
glorificou aquele que lhe disse: Tu
és meu Filho, hoje te gerei”
João 3:16-18
“Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho
ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por
ele. Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto
não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
“em quem temos a redenção, a
saber, a remissão dos pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o
primogênito de toda a criação”
João 1:14,18 (BLH)
“E
o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos
a sua glória, como a glória do unigênito do Pai...Ninguém
jamais viu a Deus. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o
deu a conhecer.”
I João 4:9
“Nisto
se manifestou o amor de Deus para conosco: em que Deus enviou seu Filho
unigênito ao mundo, para que por meio dele vivamos.”
Miquéias 5:2
“Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena para estar entre
os milhares de Judá, de ti é que me sairá aquele que há de reinar em Israel, e
cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”
Agora compare o claro e
contundente “Assim diz o Senhor” com os argumentos dos doutores em divindade no
livro “A Trindade” e tire suas próprias conclusões. Compare também seus
argumentos com este texto que a mensageira do Senhor deixou registrado:
“Deus é o Pai de Cristo; Cristo é o Filho de Deus. A Cristo foi atribuída uma posição exaltada.
Foi feito igual ao Pai. Cristo
participa de todos os desígnios de Deus”. Testemunhos Seletos. Vol. III.
5ª ed. 1985. p. 266
Será que precisaria dizer mais?
Mas caso você ainda esteja em
duvida entre as explicações dos doutores em divindade trinitarianos e a Bíblia
(luz maior) devidamente apoiada pelos escritos de Ellen White (luz menor), leia
mais os textos abaixo:
I João 4:15
“Qualquer
que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele em
Deus.”
“Quem é o
mentiroso senão aquele que nega que Jesus é Cristo? Este é o anticristo, o que
nega o Pai e o Filho. Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele
que confessa o Filho tem igualmente o Pai. Permaneça em vós o que
ouviste desde o princípio. Se em vós permanecer o que desde o princípio
ouvistes, também permanecereis vós no Filho e no Pai. E esta é a
promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever é
acerca dos que vos procuram enganar.”
Você ainda tem dúvidas?