Sábado 13/11/2004
Algumas
Informações Históricas
Iniciamos a partir
deste capítulo a segunda parte do livro de Daniel, conhecida como a parte
profética. A progressão cronológica observada entre os capítulos 1 e 6 é
finalizada, de forma que teremos que a partir de agora voltar no tempo para
alocar cronologicamente os capítulos de 7 a 12. Logo no início do capítulo 7 já
encontramos a informação que nos permitirá datar o sonho que Daniel: “No
primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia, teve Daniel, na sua cama um sonho e
visões da sua cabeça”. Foi no ano de 553 a.C. que Belsazar foi colocado como
co-regente com seu pai, Nabonido, de forma que a cronologia dos eventos entre os
capítulos de 1 a 7 pode ser assim definida:
Ano a.C. |
605 |
602 |
594 |
569 |
562 |
553 |
539 |
539 |
Capítulo |
1 |
2 |
3 |
4 |
|
7 |
5 |
6 |
Evento |
Cativeiro |
Sonho da Estátua |
Fornalha Ardente |
Doença de Nabuco-donosor |
Morte de Nabuco-donosor |
Sonho de Daniel |
Banquete e Queda de Babilônia |
Cova dos Leões |
Idade de Daniel |
17 |
20 |
28 |
53 |
60 |
69 |
83 |
84 |
Como podemos ver o
sonho de Daniel relatado no capítulo 7 aconteceu:
cerca de 50 anos após os fatos do capítulo 2
9 anos após a morte do Rei Nabucodonosor
24 anos antes da queda de Babilônia diante dos
Medos e Persas
O
Sonho
Se tomarmos como a primeira
visão de Daniel, a revelação que o Senhor lhe concedeu referente ao sonho do
rei e sua interpretação, temos que a visão do capítulo 7 foi a segunda que ele
recebeu. Ou seja, somente 50 anos depois de ter sua primeira visão é que o
Senhor lhe concedeu outra que mereceu ser devidamente registrada.
Embora seus símbolos sejam bem
diferentes dos usados no capítulo 2, seu conteúdo é basicamente o mesmo, com a
diferença que existe uma ampliação das informações e detalhes focando aspectos
que não foram mostrados na primeira visão. Enquanto o foco da primeira visão
limita-se a informações políticas (sucessões dos reinos) culminando com o
estabelecimento do eterno reino de Deus; a segunda visão contempla as mesmas
sucessões, porém de forma mais detalhada, e com a inclusão de informações de
caráter espiritual (ponta pequena proveniente do quarto poder), sendo concluída
com os santos do Altíssimo possuindo o reino de Deus para todo o sempre.
Analisemos de forma
comparativa as visões do capítulo 2 e as do capítulo 7:
Capítulo 2 |
Capítulo 7 |
Interpretação |
Cabeça de Ouro |
Leão com asas de Águia |
Império Babilônico |
Peito e Braços de Prata |
Urso com 3 costelas na boca |
Império Medo-Persa |
Quadris e Coxas de Bronze |
Leopardo com 4 cabeças e 4 asas |
Império Greco-Macedônico |
Pernas de Ferro |
Animal terrível e espantoso |
Império Romano (Roma Pagã) |
Pés em partes de Ferro e Barro |
10 chifres sobre o 4º animal |
Nações da Europa |
|
Chifre Pequeno |
Papado (Roma Cristã) |
|
Tribunal Celestial |
Juízo Pré-advento |
Pedra destrói a Estátua |
Animais são destruídos |
2ª Vinda de Jesus |
Pedra transforma-se num grande monte que enche a terra |
Os santos do Altíssimo recebem o Reino |
Eternidade dos salvos no Reino de Deus |
O paralelismo das profecias é
indiscutível:
Enquanto o primeiro reino no capítulo 2 é
representado pelo ouro, que é o material mais precioso que compõe a estátua; no
capítulo 7 é representado pelo Leão que é o rei dos animais.
O capítulo 2 define o primeiro reino com as
palavras: Poder, Força e Majestade, que podem muito bem ser aplicadas a uma
águia que com suas asas é capaz de alçar altos vôos.
O 4º animal no capítulo 2 é caracterizado
através de três palavras em aramaico: TAQUIP (Forte), PARZEL (Ferro) e DEQAQ
(Quebra), que são exatamente as mesmas palavras que caracterizam o 4º animal do
capítulo 7.
A visão do capítulo 7 nos traz
impressionantes detalhes que tornam sua interpretação irrefutável:
Leão era o oficialmente o animal símbolo do
Reino Babilônico. As fotos abaixo tiradas nas ruínas da cidade de Babilônia
falam por si mesmas:
Escultura Babilônica
Detalhes do alto relevo nos
muros de Babilônia
O Leão de Babilônia –
Escultura do período Neo-Assírio
O urso que se levanta de um dos lados
encaixa-se perfeitamente nas características do Império Medo-Persa que é
composto por duas poderosas nações, a Média e a Pérsia, sendo que a Pérsia
predominava sobre a Média.
As 3 costelas na boca do urso ajusta-se
precisamente as três principais conquistas do império Medo-Persa: Babilônia,
Lídia e Egito.
O Leopardo com 4 asas indicando grande
velocidade, coincide com a grande velocidade com que Alexandre o Grande
conquistou o poderoso Império Persa (em apenas 12 anos).
As 4 cabeças do Leopardo apontam com clareza para
a divisão do Império Helenístico logo após a súbita morte de Alexandre,
justamente em quatro reinos sob o comando de seus quatro generais: Cassandro,
Lisímaco, Ptolomeu e Seleuco.
Além destas duas profecias
serem paralelas, a mais recente amplia a visão de um determinado período ao
qual Deus quer particularmente chamar a atenção, de forma que importantes
detalhes são acrescentados. Observe no quadro comparativo das profecias (logo
acima) que os detalhes da ponta pequena e do tribunal celestial fornecem uma
ampliação mais detalhada dos fatos em um determinado período. Observe também
que esta ampliação possui características espirituais, ampliando um quadro que
até então era visto de forma estritamente política (sucessão dos reinos).
O
Chifre Pequeno
De todos os aspectos da visão, Daniel ficou
mais impressionado com Chifre Pequeno. Vamos analisar as características deste
poder para então podermos identificá-lo no panorama histórico-religioso.
1) Ele surgiu da quarta besta (versos 8 e 24)
Este poder simbolizado pelo chifre Pequeno
procedeu do animal que simboliza na profecia o império romano. Como sabemos
nenhum outro império mundial sucedeu ao império romano, porém a história nos
ensina que a autoridade do império foi substituída pela autoridade da igreja
romana na pessoa de seu Bispo, o Papa. Em outras palavras Roma Pagã foi
substituída por Roma Papal. Basta verificar na história a autoridade que o
Bispo de Roma (o Papa) exercia sobre os imperadores e reis para comprovarmos a
veracidade desta transferência de autoridade.
2) O Chifre Pequeno surge do meio dos “dez
chifres” (verso 24)
Estes dez chifres representam os dez
principais povos bárbaros que invadiram o império romano (Visigodos,
Ostrogodos, Vândalos, Borgúndios, Lombardos, Anglo-Saxões, Francos, Alamanos,
Hérulos e Suevos), fracionando o império de forma a estabelecer as atuais
nações européias.
3) Como resultado do aparecimento e crescimento do Chifre Pequeno, três chifres deveriam ser arrancados (versos 8 e 24)
O cristianismo católico era inimigo mortal
dos arianos (seguidores da doutrina de Ário que ensinava que Jesus era um ser
criado), de forma que os três povos que eram arianos, ou seja, os Hérulos, os
Vândalos e os Ostrogodos, foram exterminados pelos imperadores católicos.
4) Inicialmente era o Chifre pequeno, mas acaba se tornando mais fortes que os demais (versos 8 e 20)
Com a erradicação dos arianos Ostrogodos no
ano de 538 d.C. “o Papa emergiu como a mais importante pessoa individual no
Ocidente, o líder de uma organização religiosa adequadamente organizada,
detentora de um credo definido e com vasto potencial para influência política.”
Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel (1ª edição) pág.130 –
C.M.Maxwell
5) No Chifre havia olhos humanos e uma boca que falava com arrogância contra o Altíssimo (versos 8 e 25)
Analise por você mesmo as seguintes
declarações:
“O supremo ensinador
na Igreja é o pontífice romano. A união das mentes, portanto, requer ...
completa submissão e obediência à vontade da Igreja e ao pontífice romano, como
se fosse ao próprio Deus.” Papa Leão XIII na Encíclica Sobre os
Principais Deveres dos Cristãos enquanto Cidadãos datada de 10/01/1890.
Em 20/06/1894 o mesmo Papa Leão XIII
complementou:
“Nós [os Papas]
ocupamos nesta Terra o lugar do Deus Altíssimo.” A Reunião da
Cristandade.
Em 1512 no 5º Concílio de Latrão, Cristóvão
Marcellus disse ao belicoso Papa Júlio II que não recusou as seguintes
honrarias:
“Vós sois o Pastor,
vós sois o Médico, vós sois o Governador, vós sois o Chefe da família, enfim, vós
sois um outro Deus na Terra (em latim: tu enim pastor, ... tu denique
alter Deus in terris)
Em julho de 1895:
“O Papa não apenas é
representante de Jesus Cristo, mas ele é Jesus Cristo, oculto sob o véu da
carne” The Catholic National
E mais:
“Com respeito ao
corpo místico de Cristo, ou seja, todo fiel, o sacerdote tem o poder da chave,
ou o poder de libertar pecadores do inferno, ou fazer com que mereçam o
paraíso, e de transformá-los de escravos de Satanás em filhos de Deus. E o
próprio Deus é obrigado a submeter-se ao julgamento de seus sacerdotes” Dignity
and Duties of the Priests or Selva de St.Alphonsus De Leguorl, pág.27
6) O Chifre Pequeno faria dano aos santos do Altíssimo (verso 25)
A Nova Enciclopédia Católica (New Catholic
Encyclopedia) reconhece:
“Julgada pelos
padrões contemporâneos, a Inquisição – especialmente aquela desenvolvida na
Espanha, próximo ao fim da Idade Média – pode ser classificada apenas como um
dos mais escuros capítulos da história da igreja”
Roma continua admitindo ter perseguido:
“A igreja tem
perseguido. Apenas um principiante na História da Igreja negaria isso. ...
Quando ela crê que é bom empregar a força, irá usá-la” The Western Watchman
Durante a Idade Média, mais de 150 milhões
de pessoas morreram vitimadas pelas mãos cruéis do papado romano.
7) O Chifre Pequeno mudaria os tempos e a
lei (verso 25)
Quando comparamos este verso com Dan.2:21
que diz que é Deus “quem muda os tempos e as horas, remove reis e estabelece
reis”, podemos verificar a pretensão deste poder em querer agir como Deus.
Achei particularmente interessante o paralelo de Dan.2:21 entre os tempos e os
reis que são mudados conforme os planos soberanos de Deus, pelo fato deles
poderem indicar que a pretensão de mudança dos tempos por parte do Chifre
Pequeno pode também estar relacionado com a manipulação do poder político e de
seus governantes (coisa que o Papa sobre muito bem fazer durante toda a Idade
Média). Um exemplo disto está na Bula (decreto) Regnans in Excelsis do
Papa Pio V, onde ele declarou a rainha protestante da Inglaterra, Elizabeth I
(1558-1603), como uma herética maldita, e proibiu seus súditos de obedecer-lhe.
Mais tarde o mesmo Papa deu a permissão para que os súditos ingleses voltassem
a lhe prestar obediência.
Porém, mais grave e significativo do que as
mudanças e manipulações temporais, foram as de ordem espiritual:
“O Papa pode
modificar a lei divina, uma vez que o seu poder não provém do homem, mas de
Deus, e ele age na Terra como preposto de Deus, com pleno poder para liberar ou
reter suas ovelhas” Pedro de Ancarano (Aproximadamente 1440 a.D.)
Entre as mudanças realizadas pela Igreja
Cristã Apostada (Igreja Católica Apostólica Romana) nas verdades das Escrituras
Sagradas, destacamos a transferência da santidade do sábado para o domingo, e a
mudança da crença no único Deus Eterno e em Seu Filho unigênito para a crença
num Deus triúno (trindade).
Quanto a mudança do sábado para o domingo, o
Arcebispo de Reggio, Gaspare de Fosso, numa palestra em 18/01/1562 disse:
“A autoridade da
igreja é ilustrada mais claramente pelas Escrituras; pois enquanto por um lado
ela [a igreja] recomenda a Escritura, declara que ela é divina, e a oferece
para leitura, ... por outro lado os preceitos legais da Escritura, ensinados
pelo Senhor, cessaram em virtude da mesma autoridade [exercida pela igreja]. O
sábado, o mais glorioso dia da lei, foi modificado para o dia do Senhor, ...
Estes e outros assuntos similares não foram abolidos em virtude dos
ensinamentos de Cristo (pois Ele declarou que viera cumprir a lei, e não para
destruí-la), mas foram alterados pela autoridade da igreja.” Mansi, Sacrorum
Conciliorum.
Lutero, que tinha como lema “Sola
Scriptura”, foi escarnecido de maneira constrangedora pelo líder católico
Johann Eck com o seguinte argumento:
“A
Escritura ensina: ‘Lembra-te do dia do sábado para o santificar; seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu
Deus’, etc. Assim a igreja mudou o sábado para o domingo por sua própria
autoridade, e para isso você [Lutero] não tem nenhuma Escritura” Enchiridion
of Commonplacesof John Eck against Luther and other Enemies of the Church,
8v, pág.13
O eco deste pensamento ainda
era ouvido em 1957 no Catecismo da Doutrina Católica para os Conversos (The Convert’s
Catechism of Catholic Doctrine) de Peter Geiermann (pág.50):
“P.:
Qual é o dia de sábado?
“R.:
O sábado é o sétimo dia.
“P.:
Por que nós observamos o domingo em lugar do sábado?
“R.:
Nós observamos o domingo em lugar do sábado porque a Igreja Católica transferiu
a solenidade do sábado para o domingo.”
E mais recentemente os
católicos continuavam afirmando:
“Foi a Igreja Católica que, por autoridade de Jesus Cristo
transferiu esse descanso para o domingo, em memória da ressurreição de nosso
Senhor Jesus Cristo; de modo que a
observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que prestam,
independentemente de sua vontade, à autoridade da Igreja.” O Monitor
Paroquial de 26 de agosto de 1926, Socorro, Estado de São Paulo.
Todo protestante que
observa o domingo em vez do sábado bíblico, presta homenagem a Igreja de Roma.
Nisto, todo bom adventista concorda. Mas como a Igreja Adventista atual que
mudou de forma oficial em 1980 uma doutrina que antes era combatida pelos
pioneiros, se explica diante da seguinte argumentação por parte dos católicos:
“Qualquer pessoa para
ser salva, antes de todas as coisas é necessário que ela celebre a fé
católica: A menos que cada um mantenha esta fé no seu todo, completa e sem
mancha, sem dúvida perecerá eternamente. Mas esta é a fé católica; Que nós adoramos um Deus em uma Trindade,
e a Trindade em uma unidade, não devemos confundir as pessoas; nem dividir suas
substâncias. ...Assim, o Pai é Deus: o Filho é Deus: e o Espírito Santo é Deus. De forma que em todas as coisas, como
supracitado, a unidade da Trindade, e a trindade em sua unidade deve ser
adorada. Aquele que será salvo, tem que pensar desta maneira sobre a trindade.
“Nossos oponentes
(protestantes) às vezes reivindicam que nenhuma crença deveria ser dogmatizada
que não é explicitamente declarada na Bíblia (ignorando que é somente na
autoridade da Igreja que nós conhecemos a certeza dos evangelhos, e não outros
como verdadeiros). Mas as igrejas
protestantes por elas mesmas têm aceitado tais dogmas como a TRINDADE pela qual
não há nenhuma autoridade precisa nos evangelhos.” Revista
Vida, 30 de outubro de 1950.
Se de fato
concordarmos com a primeira citação (em relação ao domingo que os protestantes
prestam homenagem a Igreja Católica), deveremos também concordar com a segunda
(de que a Igreja Adventista tem dentro do seu credo uma doutrina católica
alheia às Escrituras) como verdadeira. Será que agora você entende a razão de
nossos pioneiros (Thiago White, J.N.Andrews, José Bates, etc.) não aceitarem a trindade
e até a combaterem como uma doutrina diabólica?
A Trindade é outra
importante heresia inventada pelo Chifre Pequeno de Daniel 7 cumprindo assim a
profecia quanto a mudança na lei que diz “Não terás outros deuses diante de
Mim”. No Catecismo do Católico de Hoje, pág. 12, lemos:
“A Igreja estudou este mistério com grande solicitude e, depois
de quatro séculos de investigações, decidiu expressar a doutrina deste
modo: Na unidade da Divindade há três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito
Santo – realmente distintas uma da outra. Assim nas palavras do Credo de
Atanásio: ‘O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, e no
entanto não são três deuses, mas um só Deus’” (Número 1248, da Editora
Santuário, Edição 28, 2002.)
A declaração a
seguir extraída do livro denominacional da IASD chamado Estudos Bíblicos
deveria fazer todo adventista sincero refletir e começar a enxergar o cisco nos
seus olhos antes de apontar para o cisco no olho dos demais:
“No credo do Papa Pio IV, uma autorizada declaração da fé
Católica Romana é encontrada no seguinte asserto: ‘Reconheço a Santa Igreja
Católica Apostólica como mãe e soberana de todas as igrejas.’ – Artigo
10. Quando as professas igrejas protestantes repudiam o princípio fundamental
do protestantismo, pondo de parte a autoridade da Palavra de Deus, aceitando
em seu lugar a tradição e especulação humanas, adotaram o princípio
fundamental da moderna Babilônia e
exige uma proclamação da queda da moderna Babilônia...
“Ainda que muitos líderes do moderno protestantismo, conhecido
como altos críticos, não tenham formalmente adotado o credo da Igreja de Roma,
e não se tenham tornado parte orgânica desta corporação, mesmo assim pertencem à mesma classe ao
rejeitar a autoridade da palavra de Deus, aceitando em seu lugar o
produto de suas próprias argumentações. Há tanta apostasia num caso como no
outro, e ambos devem ser incluídos, portanto, em Babilônia, e ambos se acharão
envolvidos, afinal em sua queda”. Estudos
Bíblicos, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí-SP, págs. 213 e 214, artigo A
QUEDA DA MODERNA BABILÔNIA.
8) O Chifre Pequeno agiria
durante três tempos e meio
Daniel 11:13 diz que um tempo
equivale a um ano, ou seja, três anos e meio. De acordo com o princípio bíblico
de Ezequiel 4:6 e Números 14:34 que relaciona um dia profético com um ano
literal, temos um período de 1260 anos literais (3 ½ anos x 12 meses x 30 dias
= 1260 dias). A legitimidade deste princípio dia/ano, bem como dos cálculos de
conversão de ano profético em dias literais, é confirmado através de outros
textos bíblicos onde este mesmo período aparece, porém de formas diferentes. O
quadro abaixo demonstra isto:
Texto Bíblico |
Período de Tempo |
Cálculo |
Daniel 7:25 |
Um tempo, tempos e metade de
um tempo |
3 ½ anos x 12 meses x 30
dias = 1260 dias |
Daniel 12:7 |
Um tempo, tempos e metade de
um tempo |
3 ½ anos x 12 meses x 30
dias = 1260 dias |
Apocalipse 11:2 |
42 meses |
42 meses x 30 dias = 1260
dias |
Apocalipse 11:3 |
1260 dias |
1260 dias |
Apocalipse 12:6 |
1260 dias |
1260 dias |
Apocalipse 12:14 |
Um tempo, tempos e metade de
um tempo |
3 ½ anos x 12 meses x 30
dias = 1260 dias |
Apocalipse 13:5 |
42 meses |
42 meses x 30 dias = 1260
dias |
Tomando como início da
ascensão do poder da Igreja Católica o ano de 538 a.D., quando os Ostrogodos (o
últimos dos arianos que se opunham à hegemonia da igreja de Roma) foram
derrotados, e somando 1260 anos, chegaremos ao ano de 1798 quando o general
francês Berthier aprisionou o Papa Pio VI no momento que este comemorava o
aniversário de sua coroação na Capela Sistina. O Papa foi preso e exilado pelo
governo da França com a intenção de banir a Igreja Católica do mapa.
Conclusão:
“Somente uma entidade preenche
de modo cabal todos esses oito requisitos – a igreja cristã que se projetou no
cenário político-religioso à medida que o império romano declinava, e que
desfrutou o privilégio de exercer influência especial sobre a mente dos homens
entre o sexto e o décimo oitavo séculos.” Uma Nova Era Segundo as Profecias
de Daniel (1ª edição), pág.127 – C.M.Maxwell
Hoje esta igreja continua suas
atividades e influência corrompedora através de um segmento mundial que
identificamos como Igreja Católica Apostólica Romana.
O
Tribunal Celestial
Enquanto Daniel estava
profundamente impressionado com O Chifre Pequeno, o anjo queria chamar-lhe a
atenção para uma outra parte muito importante da visão: A cena do Tribunal
Celestial.
Este tribunal se assenta
imediatamente após as atividades do Chifre Pequeno. No verso 9 a expressão
“continuei olhando” indica que Daniel estava vendo o Chifre se engrandecendo e
agindo, quando na seqüência sua visão é desviada para uma cena de um Tribunal
Celestial onde estão presentes as duas maiores autoridades do universo: o
Ancião de Dias (Deus, o Pai) e o Filho do homem (Jesus, o Filho unigênito de
Deus). Participam também deste Tribunal milhares e milhões de anjos, de forma
que está muito evidente que esta cena se passa no Céu e não na Terra.
Quero aqui abrir um parêntese
e perguntar: Se a trindade é uma verdade que Deus gostaria que seus filhos
conhecessem e acreditassem, por que não mostrou para Daniel este terceiro ser
pessoal chamado Espírito Santo? Daniel viu muito claramente o Ancião de Dias e
depois o Filho do homem comparecendo em Sua presença, viu também milhares e
milhões de outros seres celestiais (anjos), e só! Se fosse verdade que existem
três seres iguais em dignidade e co-eternos, não deveria o Espírito Santo estar
presente neste Tribunal Celestial? Será que Deus, tendo a oportunidade de
revelar uma importante “verdade” para Daniel, perderia esta chance ou
simplesmente a esconderia dele? Mas vamos fechar o parêntese antes que alguém
queira dizer que o Espírito Santo estava oculto ou que ele era o rio da vida,
ou qualquer outro argumento absurdo dentre os muitos que temos ouvido.
As cenas deste Tribunal
revelam o Filho do homem comparecendo na presença do Ancião de Dias para dEle
receber o domínio, a honra e o reino. Porém isto poderá ser estudado com mais
detalhes na lição da próxima semana: O Juízo Pré-Advento.
Irmão X