De olho na Lição da Escola Sabatina
Lição 2 (2º Trimestre de
2005)
1) Auxiliar e Comentários Adicionais da edição do professor pág.
24
Lá
lemos: “A pregação de Jesus forçou o espírito do mal a reconhecer
publicamente quem era o pregador (Mar. 1:24). Ao dizer isso, o demônio admitiu
três verdades. Primeira, Jesus era uma pessoa real. Segunda, Ele é o santo
de Deus – coeterno, coexistente e igual ao Pai. Terceiro, Jesus veio
para destruir Satanás e os seus seguidores (I João 3:8) no fim dos tempos e
agora, ao livrar uma a uma as pessoas das garras de Satanás.” (Destaque em negrito
acrescentado)
Assim
como no comentário de Marcos 1:11 da lição passada, novamente notamos a atitude
deste comentarista (os comentários das lições não são elaborados pelo autor da
lição, e sim por uma outra pessoa) em insistir ir além daquilo que está escrito
na Bíblia. Marcos 1:24 diz que o demônio identificou Jesus como “o santo de
Deus” (em grego: ágios tou theou). Como o comentarista consegue ir da
expressão “o santo de Deus” para a definição de Jesus como coeterno e coexiste
juntamente com o Pai, é algo que não consigo entender! Onde está a evidência
Bíblica de que a expressão “o santo de Deus” significa coeternidade e
coexistência juntamente com o Pai?
Mais
uma vez chamamos a atenção para a atitude de alguns líderes da IASD em querer a
qualquer custo e sob qualquer pretexto “catequizar” seus membros com a nova
doutrina da Trindade aprovada em 1980, e incutir forçosamente em suas mentes o
conceito de uma divindade triúna onde o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus
Espírito Santo são igualmente coeternos e coexistentes (Ver “Nova Crença
Fundamental nº 2 no livro Nisto Cremos e comparar com as Crenças
Fundamentais desta igreja desde seus primórdios até o ano de 1914).
2) Lição de 5ª feira (07/04)
Lemos
no último parágrafo: “Jesus não era mais um entre os profetas de Israel. Ele
era profeta, e muito mais. Ele era Deus encarnado, trazendo o reino do
Céu.” (Destaque em negrito acrescentado)
É
interessante notar como uma mesma frase pode assumir conotações diferentes de
acordo com os conceitos aceitos por cada um. Para um cristão trinitariano, a
frase “Ele era Deus encarnado”, é entendida como: “Ele era o Deus eterno
e todo-poderoso encarnado”. Para um cristão não trinitariano, a mesma frase já
é entendida com outra conotação: “Ele era o divino Filho de Deus encarnado”.
Alguns
entendem erroneamente que os cristãos não trinitarianos rejeitam a divindade do
Filho de Deus. Para eles, Jesus Cristo só é divino caso possa ser considerado
no mesmo nível que Deus Pai: eterno, imortal, existente por si mesmo e
todo-poderoso. E com base neste pensamento tentam provar a existência de um
Deus triúno, provando a divindade do Filho de Deus. Como a divindade do Filho
de Deus é claramente sustentada pela Bíblia (Mat. 1:23; Jo. 1:1; Jo. 20:28;
Fil. 2:6; Col. 2:9), concluem equivocadamente que a trindade é Bíblica. Eles
não percebem que este tipo de pensamento equivocado só os levaria no máximo a
provar a existência de uma divindade biúna, pois ainda estaria faltando
a prova bíblica de que o espírito de Deus (ou espírito Santo) é também uma
pessoa divina.
Porém,
nem trindade ou e nem bindade, a verdade bíblica é uma só: “Todavia, para nós
há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor,
Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também por Ele” I Coríntios
8:6.
Quantos
Deuses existem? Existe um só Deus, o Pai.
Jesus
é divino? Sim, pois é o Filho unigênito de Deus.
Muitos
consideram estas respostas contraditórias, pois pensam: “Se Jesus é divino,
logo é Deus; e se é Deus, é também coeterno e coexistente com o Pai”. E em
seguida perguntam: “Como podem os não trinitarianos crer na divindade do Filho
de Deus sem crer que Ele seja Deus coeterno e coexistente juntamente com o
Pai?”
O
autor do livro “Eu e o Pai somos um”, Ricardo Nicotra, responde
esta questão:
“A
aparente contradição entre os versos que apresentam o Pai como único Deus e os
versos que mostram o Filho de Deus com o título ‘Deus’ desafia tanto os trinitarianos
como os não trinitarianos. A fim de entendermos que não existe qualquer
contradição bíblica a este respeito, devemos entender qual é ou quais são os
significados da palavra ‘Deus’.
Para facilitar nossa compreensão a respeito da palavra ‘Deus’ vamos mostrar os possíveis significados da palavra ‘Homem’, para posteriormente analisar o significado da palavra ‘Deus’.
O que significa a palavra ‘homem’? Uns poderão definir ‘homem’ como um adulto do sexo masculino. Esta definição está correta quando consideramos uma interpretação restrita (stricto sensu). No entanto, é possível interpretar o termo ‘homem’ de forma ampla, abrangente (lato sensu). Quando dizemos que o homem tem destruído a natureza, estamos nos referindo ao gênero humano, à raça humana - homens e mulheres. Portanto, é possível usar a palavra ‘homem’ num sentido restrito (significando adulto do sexo masculino) ou no sentido amplo (significando ser humano).
Tendo isso em mente, tente responder à seguinte pergunta: Eva foi homem? A resposta depende da abrangência que estou considerando para o termo ‘homem’. Se considerar o termo ‘homem’ no sentido restrito, então a resposta é não! Eva não foi homem, mas mulher. No entanto, se o sentido amplo da palavra homem for adotado, então Eva pode ser considerada um homem, uma pessoa de natureza humana, como citado em Gênesis 5:1 e 2: ‘...No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez. Macho e fêmea os criou; e os abençoou, e os chamou pelo nome de Homem, no dia em que foram criados.’ - Gênesis 5:1 e 2. É claro que a palavra homem, neste verso, tem o significado amplo, abrangente - significa ser humano. No sentido restrito, apenas Adão era homem. Mas em alguns momentos, quando a palavra homem aparece com o sentido amplo, é possível enquadrar Eva como homem.
Da mesma forma, a palavra ‘Deus’ pode assumir um significado restrito ou amplo. No sentido restrito, é correto dizer que apenas o Pai é Deus - assim como dissemos que só Adão é homem. Mas a palavra ‘Deus’ no sentido amplo significa ser de natureza divina (assim como ‘homem’ no sentido amplo significa ser humano).
Neste caso é correto dizer que Jesus é Deus. Portanto, não há contradição entre o que Paulo escreve em I Coríntios 8:6 e o que Isaías e João escrevem em Isaías 9:6 e João 1:1. Paulo usa o sentido restrito da palavra ‘Deus’ aplicando-a única e exclusivamente ao Pai. Já Isaías e João utilizam-se do sentido amplo da palavra ‘Deus’ aplicando-a o Filho de Deus, Jesus Cristo, pois estão se referindo a sua natureza divina.
Cristo é o Filho de Deus e, por ter natureza divina, alguns versos referem-se a Cristo como Deus, mas a maioria dos apóstolos prefere chamá-lo de Filho de Deus. Eu também prefiro chamá-lo de Filho de Deus, embora esteja plenamente consciente que o Pai lhe concedeu todos os Seus atributos divinos e, por isso, não estaria errado se num sentido amplo e abrangente chamássemos o Filho também de ‘Deus’.”
3) Auxiliar e Comentários Adicionais da edição do professor pág.
27
Lá
lemos: “O discipulado cristão não está fundado em quem somos ou o que
fazemos, mas em nossa disposição de seguir a Cristo.” (Destaque em
negrito acrescentado)
Aqui
está uma frase que começou bem (“O discipulado cristão não está fundado em
quem somos ou o que fazemos”), mas que terminou mal (“mas em nossa
disposição de seguir a Cristo.”). Aliás, parece que ficou até meio
contraditório, pois se o discipulado não está fundamento em quem somos ou o que
fazemos, como pode estar fundamento em “nossa disposição”? Qual é a disposição
que possui um homem que persegue os seguidores de Cristo em se tornar um
seguidor do próprio Cristo que persegue? O apóstolo Paulo que constantemente
enfatizou na introdução de suas cartas que foi feito apóstolo (discípulo)
unicamente pela graça e pela vontade de Deus, não concordaria plenamente com
esta frase. De acordo com a sua experiência pessoal e os seus ensinamentos,
teríamos que fazer uma pequena, porém, grande correção:
“O
discipulado cristão não está fundado em quem somos ou o que fazemos, mas na
graça do Senhor Jesus Cristo.”
Em
termos de palavras, a mudança é pequena, mas em termos teológicos é uma mudança
radical. De acordo com a Palavra de Deus, o “fundamento” de nosso
discipulado não está em nossa disposição, vontade ou iniciativa, mas na
disposição, vontade e iniciativa dAquele que nos chama das trevas para a Sua
maravilhosa luz – a isto nós chamamos “graça”.
É
claro que Deus levará o nosso livre arbítrio em consideração e não obrigará
qualquer um que não queira, a seguí-lO. Mas quando falamos em “fundamento”
do discipulado, jamais podemos usar qualquer outra palavra que não seja “a
graça”:
“Fui
eleito ministro deste evangelho, segundo o dom da graça de Deus, que me
foi dado segundo a operação de seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me
foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as
riquezas insondáveis de Cristo.” Efésios 3:7 e 8.
Os
assuntos abordados na lição desta semana são muito inspiradores, pois destacam
acima de tudo a maravilhosa graça de nossos Deus em querer curar, limpar,
perdoar, e purificar pessoas pecadoras, cuja única recomendação que possuem
para Deus as socorrer, é a sua desesperadora condição e necessidade.
“Examinai tudo. Retende o bem.” I Tessalonicenses 5:21
Continuaremos de olho...