3) Batismo Católico?
(O texto abaixo é de autoria de
M.A. e foi publicado no site adventistas.com)
Procurei informações sobre isto na paróquia local e me foi
informado que se alguém foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, é católico, mesmo se não souber que é. É católico de fato e não há
rebatismo caso deseje professar a fé católica, devendo fazer diretamente a
crisma (ensinamento dos dogmas religiosos da fé católica) e passar a
reverenciar a "Mãe de Deus". Se foi batizado em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, não será rebatizado em hipótese alguma, pois já é
católico.
Segundo eles, ao ser batizado em nome do Pai, Filho e
Espírito Santo, automaticamente passa a ser católica, não importa quem a tenha
batizado. O procedimento então é dar seqüência aos sacramentos, como
crisma, primeira comunhão, comer do sangue da carne do cristo, rezar o
terço, etc... Não haverá rebatismo nem mesmo se a pessoa pedir por ele, pois
para a igreja católica há um só batismo válido, uma só vez é realizado o ato, e
sempre em nome da “Santíssima Trindade”.
Se não foi feito em nome da Trindade não é batismo e o
batismo católico deve ser aplicado. Sendo em nome da trindade, todos que assim
foram batizados são católicos, mesmo que desconheçam esse fato. Eles até usam o
termo “irmãos afastados” ao se referirem aos que são batizados em nome da
Trindade. Todos os evangélicos que são batizados em nome da Trindade, são católicos
sem saber que o são. Foi isto o que me informaram.
Procurei na internet algo escrito que pudesse confirmar
isso e, no site Agnus Dei, encontrei o texto que remeto abaixo. Leia-o e
verifique por si mesmo. Meus comentários estão em vermelho e entre
[colchetes]. A
parte principal está assinalada em amarelo.
Agnus Dei:
(http://www.veritatis.com.br/agnusdei/stabat9.htm)
Por: São Tomás de Aquino
Fonte: "Summa Theologica" (parte III/Perg.
66/Art. 9)
Tradução: Dercio A . Paganini
Pode o Batismo ser reiterado [isto é, repetido]?
Objeção 1: Parece que o Batismo pode ser reiterado. O Batismo
foi instituído para lavar os pecados, mas os pecados são reiterados, assim sendo,
muito mais precisa o Batismo ser reiterado, pois a benevolência de Cristo
supera a ganância humana.
Réplica à Objeção 1: O Batismo obtém sua eficácia da Paixão de Cristo
como ficou estabelecido antes (arts. 2 e 1). Todavia, os pecados subseqüentes não
invalidam a Paixão de Cristo, então também não cancelam o Batismo para que seja
feita sua repetição. Por outro
lado, o pecado que impedisse o efeito do Batismo poderia ser eliminado pela
Penitência. [Não há necessidade de
rebatismo, pois a penitência elimina o pecado que impede o efeito do batismo.]
Objeção 2: Efetivamente João Batista recebeu uma recomendação
especial de Cristo, O Qual disse a ele em Mt 11,11: “Em verdade vos digo que,
entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior que João, o Batista; mas
aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele”. Mas aqueles que
foram batizados por João, foram batizados novamente, conforme Atos, 19,1-7: “E
sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo tendo atravessado as
regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos,
perguntou-lhes: ‘Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?’
Responderam-lhe eles: ‘Não, nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo’.
Tornou-lhes ele: ‘Em que fostes batizados então?’ E eles disseram: ‘No batismo
de João’. Mas Paulo respondeu: ‘João administrou o batismo do arrependimento,
dizendo ao povo que cresse naquele que após ele havia de vir, isto é, em
Jesus’. Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus.
Havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam
em línguas e profetizavam. E eram ao todo uns doze homens." Muitos mais,
como esses foram rebatizados pois haviam sido batizados por hereges ou
pecadores.
Replica à Objeção 2: Como diz Agostinho baseado em João 1,33: “’Eu não
o conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre
quem vires descer o Espírito, e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no
Espírito Santo’ - Estejam certos de que, quando João administrava o seu
Batismo, esse Batismo era válido, mas se um criminoso administrasse o Batismo
de João, esse Batismo não seria válido, porque João dava seu próprio Batismo;
Depois da morte de Cristo, e por isso mesmo, o sacramento é tão sacro que nem
mesmo a administração por um assassino pode contaminá-lo.” [Se
um assassino batizar alguém, mesmo sendo assassino, o batismo tem valor!?]
Objeção 3: No Concílio de Nicéia (Cânon XIX) foi dito que se
“Qualquer dos Paulianistas ou Catafígios for convertido à Igreja Católica, eles
precisarão ser batizados”, e a mesma coisa se pode dizer em relação a outros
hereges. Assim sendo, aqueles a quem os hereges batizaram, precisarão ser
batizados novamente.
Réplica à Objeção 3: Os Paulianistas e os Catafrígios não usam batizar
em nome da Trindade. [só em nome de Jesus] Todavia, Gregório escreveu ao
Bispo Quírico dizendo: “Aqueles hereges que não são batizados em nome da
Trindade, como os Bonosianos e Catafrígios" (que são do mesmo pensamento
dos Paulianistas), "então o autor não acredita que Cristo é Deus”
(afirmando que Ele é um mero homem) “além de que os últimos (Catafrígios), são
tão perversos que, como diz Montano, confundem um mero homem com o Espírito
Santo; portanto, todos eles deverão ser batizados caso venham para a Santa
Igreja, pois o batismo que receberam naquele estado de erros
não foi um Batismo verdadeiro, pois não foi conferido em nome da Trindade.” [Se o batismo não foi feito em nome da trindade não tem
valor para a Igreja católica, então os batismos relatados em Atos não têm
valor para ela!?] Por outro lado, como ficou
determinado em De Eclesiam, Dogma XXII: “Aqueles hereges que foram batizados
confessadamente em nome da Trindade, poderão ser recebidos na Fé Católica como
realmente batizados.” [Se
alguém tiver sido batizado em nome da Trindade deve ser aceito na fé católica
sem necessidade de batismo.]
Objeção 4: O Batismo é necessário para a salvação, mas algumas
vezes existe dúvida a respeito do batismo de algumas pessoas; então, parece
necessário batizá-las novamente.
Replica à Objeção 4: De acordo com o Decreto de Alexandre III: “Aqueles
cujo Batismo seja duvidoso, deverão ser batizados com estas palavras prefixadas
à fórmula: ‘Se você é batizado, eu não o rebatizo, porém, caso você não seja
batizado, então eu te batizo em nome do Pai etc.’ e assim jamais ficará
repetido o Batismo.” [Não se repete o batismo em
nome do Pai etc! É aceito o batismo de qualquer igreja que batiza em nome da
Trindade por parte da igreja católica. Não há necessidade de ser batizado
novamente.]
Objeção 5: A Eucaristia é um sacramento mais perfeito que o
Batismo, como estabelecido acima (perg. 65, art. 3), e mesmo assim, a Eucaristia
é muitas vezes repetida; então, com muito maior razão o Batismo pode ser
reiterado.
Replica à Objeção 5: Ambos os sacramentos, tanto Batismo como Eucaristia
são uma representação da Paixão e Morte de nosso Senhor, mas não da mesma
forma. Enquanto o Batismo é uma comemoração da morte de Cristo na qual um homem
morre com Cristo, e pode nascer novamente em uma vida nova, a Eucaristia é uma
comemoração da morte de Cristo, a qual sofrida por Ele Mesmo é oferecida a nós
como o banquete Pascal, de acordo com 1Cor 5,7-8: “Expurgai o fermento velho,
para que sejais massa nova, assim como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa
páscoa, já foi sacrificado. Pelo que celebremos a festa, não com o fermento
velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da
sinceridade e da verdade.” E enquanto o homem nasce novamente quando ele come
muitas vezes, assim o batismo lhe é dado uma vez, mas a Eucaristia lhe é dada
freqüentemente.
Pelo contrário, está escrito (Ef 4:5): “uma fé, um
Batismo”.
Eu respondo que o Batismo não pode ser
reiterado [repetido]:
Primeiro: porque o Batismo é uma regeneração espiritual, pela qual
a pessoa morre para uma antiga vida e começa a viver uma nova. Também está
escrito em João 3,5: “Se a pessoa não renascer pela água e pelo Espírito Santo,
ela não poderá entrar no reino do Deus”; e, uma pessoa pode renascer apenas uma
vez. [Não se pode rebatizar, e a Igreja
católica só reconhece como batismo o que é feito em nome da Trindade!] Assim sendo, o Batismo não
pode ser reiterado, da mesma forma que a geração carnal. Todavia, Agostinho,
baseado em João 3,4: “como pode uma pessoa entrar no ventre de sua mãe e nascer
novamente”, diz: “precisa ser entendido o nascimento do Espírito, como
Nicodemos entendeu o nascimento da carne... então, como na carne não haverá o
retorno ao ventre da mãe, da mesma forma, não pode haver um segundo Batismo.”
Segundo: porque “nós somos batizados na morte de Cristo”, pela
qual, morremos para o pecado e vivemos novamente em “novidade de vida” (Rm
6,3-4: “Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo
Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo
batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela
glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.”). Então, “Cristo
morreu”, mas “apenas uma vez” (Rm 6,10: “Pois quanto a ter morrido, de uma vez
por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus.”). Assim
sendo, o Batismo não pode ser reiterado. Por esta razão, (Hb 6,4-6: “Porque é
impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e
se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e
os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para
arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de
Deus, e o expondo ao vitupério.”) é dito que os que desejam batizar-se
novamente estarão “crucificando novamente o Filho de Deus” [Para
os católicos, quem rebatiza em nome da Trindade está crucificando novamente a
Jesus.], e
portanto, “uma morte de Cristo significa um só Batismo”.
Terceiro: porque o Batismo imprime um caráter indelével, e é
conferido com uma certa consagração. Portanto, como outras consagrações, não
são reiteradas na Igreja, assim também não o é o batismo. Esta é a visão
expressa por Agostinho que diz (Contra Epist. Parmen. II) que “o posto militar
não é renovado”, e que “o sacramento de
Cristo não é menos duradouro que esta condecoração corporal, então podemos ver
que nem mesmo os apóstatas serão desprovidos do Batismo, e portanto, se eles se
arrependerem e voltarem à Igreja, não serão batizados novamente”.
(Grifo acrescentado)
Quarto: porque o Batismo é conferido principalmente como um remédio
contra o pecado original, e portanto, como o pecado original não pode ser
renovado, então o Batismo também não pode, e também está escrito em Rm 5,18:
“Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justificação e vida”. [Quando a igreja
católica fala em batismo válido, até mesmo se feito por hereges ou assassinos,
fala de sua fórmula de batismo em nome de sua Santíssima Trindade.]
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