Apendice D
Existem várias concepções da
Trindade. Parte dos trinitarianos crêem em três pessoas divinas co-iguais e
co-eternas, outros admitem diferentes níveis hierárquicos e de natureza entre
Deus Pai, Deus Filho e o Deus Espírito Santo. Mas todos dizem ter razões
bíblicas para acreditar que existem realmente três pessoas divinas e que esses
três seres representariam um único Deus. Desse modo, tentam livrar-se da
acusação de politeísmo, isto é, o pecado da adoração de mais de um Deus.
Tendo a Bíblia como critério de
avaliação, consideremos todas essas afirmações no Tribunal da Verdade:
1. Para serem co-iguais,
as três diferentes pessoas da Trindade deveriam possuir idêntica autoridade e
plena igualdade de poder. Mas as Escrituras Sagradas são muito claras quanto ao fato de
que Deus, o Pai, é evidentemente superior a Seu Filho.
Prova 1: O
próprio Senhor Jesus refere-Se a Deus como o "Altíssimo"
(Lucas 6:35), isto é, Aquele que ocupa a posição mais elevada, que está isolado
em nível máximo, numa condição inatingível por qualquer outro ser.
Prova 2: Jesus
Cristo afirma explicitamente em João 14:28: "Ouvistes que eu vos disse:
vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá
para o Pai, pois o Pai é maior do que eu."
Prova 3: Jesus
também afirma categoricamente em João 13:16: "Em verdade, em verdade vos
digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que
aquele que o enviou."
Deus, o Pai, que nos enviou Seu
Filho é, portanto, obviamente, maior do que Ele, que, repetidas vezes, como em
João 5:37, afirmou: "O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem
dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua
forma."
Também o Espírito Consolador é
inferior ao Pai, uma vez que também seria enviado por Ele, segundo informa
Jesus Cristo em João 14:26: "Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem
o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo o que vos tenho dito."
Prova 4: Jesus
afirma e o apóstolo Paulo inspiradamente confirma, que Deus, o Pai, é maior do
que tudo e todos: "Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos;
e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai." João 13:29, Versão
Revista e Corrigida.
I Coríntios 15:27-28:
"Porque todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas
as coisas lhe estão sujeitas, certamente, exclui aquele que tudo lhe
subordinou. Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o
próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou,
para que Deus seja tudo em todos.
2. Se o Espírito Santo fosse realmente uma terceira e distinta pessoa divina, nada poderia justificar Sua omissão e ausência em textos bíblicos como estes:
Prova 1 - I Coríntios 8:6: "Todavia,
para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem
existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas,
e nós também, por ele." Quando Paulo define o único Deus, ele omite
qualquer referência ao Espírito Santo.
Prova 2 - Marcos 13:32: "Mas
a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o
Filho, senão o Pai." Quando Jesus cristo, no Evangelho de Marcos,
menciona aqueles que poderiam conhecer a data de Sua volta, omite qualquer
referência ao Espírito Santo.
Prova 3 - João 16:32: "Eis
que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa,
e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está comigo."
Se o Espírito Santo fosse uma terceira pessoa divina, não poderia
"Ele" fazer companhia para Jesus em lugar do Pai? Contudo, Jesus nem
sequer o mencionou nessa ocasião.
3. Jesus Cristo nunca é chamado "Deus Filho" no relato bíblico.
Prova 1:
Tudo que fez e disse foi
realizado por ordem e permissão do Pai, a quem Ele próprio se referia como
"Meu Deus" (confira em Mateus 27:46; João 20:17; Apocalipse 3:2 e
3:12).
Prova 2:
Jesus nos afirma que "o
Filho nada pode fazer de si mesmo". João 5:19. Essa idéia se repete no
verso 30. "Eu nada posso fazer de mim mesmo." E o mesmo pensamento
aparece em João 5:17, 19, 30, 36; 8:28, 29; 9:4; 10:25, 32, 37; 14:10,11, 31;
17:4. João registra 14 vezes em seu Evangelho, que as obras de Jesus não foram
feitas por Ele próprio, mas realizadas pelo poder de Seu Pai.
Prova 3:
Jesus nos diz que até as
palavras que proferia não eram suas próprias. Em João 12:49, Jesus afirma:
"O meu ensino não é meu, e sim daquele que me enviou." Esse
pensamento é novamente expresso em João 7:16-18; 8:28, 29, 38; 12:49, 50;
14:24,31; 16:15. Em nove ocasiões, João retrata Jesus revelando que as palavras
que proferia eram de Seu Pai!
Prova 4:
Em João 12:44, Jesus afirma:
"Quem crê em mim crê, não em mim, mas naquele que me enviou."
4. Se o Espírito Santo fosse uma terceira e distinta pessoa divina, o Pai não seria o pai!
Prova 1:
"Ora, o nascimento de Jesus
Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem
antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo." Mateus
1:18.
Prova 2:
"Enquanto ponderava nestas
coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho
de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é
do Espírito Santo." Mateus 1:20.
Prova 3:
"Respondeu-lhe o anjo:
Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá
com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado
Filho de Deus." Lucas 1:35.
5. A ausência de terminologia bíblica apropriada impede o entendimento e aceitação da doutrina da Trindade.
Prova 1:
Exemplos de expressões-chave
ausentes da Bíblia, mas encontradas apenas nos credos: "Deus Filho",
"Deus Espírito", "Deus triúno", "Filho eterno",
"Co-igual", "Co-eterno", "triunidade divina",
"Trindade", "substância" (divina) e "essência"
(divina).
6. As pessoas que, inspiradas por Deus, escreveram a Bíblia em sua linguagem original, não criam na Trindade!
Prova 1:
Os judeus eram uma nação
estritamente monoteísta. Eles jamais poderiam sequer imaginar "um Deus em
três pessoas". E Jesus disse que eles estavam corretos em seu culto a
Deus! João 4:22: "Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que
conhecemos, porque a salvação vem dos judeus."
7. Além de tudo isso, há vários textos bíblicos em que forçosamente a "Trindade" deveria ter sido mencionada, caso fosse uma doutrina verdadeira.
Prova 1:
A oração-modelo, ensinada por
Jesus Cristo, não menciona a Trindade, nem dois de seus supostos componentes
("Deus Filho" e "Deus Espírito"), como destinatária(os) de
nossas mensagens de comunhão com o Céu. (Veja Mateus 6:9-13.)
Se você ora unicamente ao Pai e
pede que o atenda em nome de Jesus, como seu mediador, é porque, na prática,
não crê na doutrina da Trindade!
Prova 2:
Quando Jesus foi transfigurado
diante de Pedro, Tiago e João, e Moisés e Elias vieram ter com Ele, não seria
mais lógico que o Pai e o Espírito viessem confortá-Lo? Por que apenas o Pai Se
manifestou naquela nuvem, dizendo "este é o Meu Filho amado, a Ele
ouvi". Veja Marcos 9:2-10.
Prova 3:
Jesus descreve o Pai como o
único e verdadeiro Deus. Não deveria Ele ter incluído também o "Deus
Filho" e o "Deus Espírito", isto é, a Trindade" em João
17:1-3?
"Tendo Jesus falado estas
coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a
teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti, assim como lhe conferiste
autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos
os que lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."
E então, qual é o seu veredito?
A doutrina da Trindade está no banco dos réus e o juiz é você! Uma variedade de
provas já lhe foram apresentadas, embora existam muitas outras. Qual será sua
decisão?
Em sua avaliação, a doutrina da
Trindade subsiste ao crivo das Escrituras Sagradas? Ou está na hora de você
rever suas crenças? Um dia, todos nós estaremos em pé diante do trono do Deus
único e verdadeiro, em cuja direita assenta-Se Seu Filho. Ele é Deus zeloso,
que exige adoração exclusiva e não admite a idolatria.
Estamos nós preparados para
encontrá-Lo face a face? Ou tentaremos nos justificar, pedindo-Lhe que nos
perdoe por ter confiado nos ensinos líderes da igreja que freqüentávamos?
Randall D. Rughes
(Traduzido e adaptado por Robson Ramos.)
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