3) Year Book
de 1931
Os Princípios
Fundamentais só voltaram a serem publicados novamente no Year Book de 1931 (só 17
anos depois da última vez em que apareceu no ano de 1914), mas desta vez com
algumas modificações.
Desde a primeira vez
que estes princípios foram publicados em um folheto redigido por Urias Smith em
1872, até o ano em que apareceram as primeiras mudanças, foram quase 60 anos em
que os Princípios Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia permaneceram
inalterados.
Diante dos fatos
apresentados até aqui, nos parece questionável a afirmação feita pelos autores
do livro “Trindade”, de que os pioneiros vinham mudando constantemente a
sua concepção sobre a divindade, e não publicavam as doutrinas porque já
esperavam mudanças e não queriam causar obstáculos à “revelação” que estava por
vir !
“...porque
eles reconheceram que mais verdades estavam vindo e eles não queriam
impedi-las, definindo as suas crenças muito rigidamente.” - Jerry Moon - Adventist Review, Abril 1999.
O professor de história da
Igreja Adventista da Universidade de Andrews, Jerry Moon, escreveu que foi a
providência divina que trouxe a doutrina da trindade para dentro de nossas
crenças com o objetivo de manter a unidade da igreja. É muito estranho este
argumento, pois quando a doutrina da trindade surgiu em nosso meio, já existia
há 1600 anos atrás na igreja Católica Apostólica Romana. Em outras palavras,
Deus revelou este mistério primeiramente para a prostituta de Apocalipse, e
depois a “providência divina” fez com que esta revelação fosse descoberta pelo
seu povo remanescente (estranho!?!).
Não parece estranho que aquela
que até hoje é considerada pela igreja Católica a principal doutrina (mistério)
sob a qual todas as demais estão estabelecidas, passasse a ser considerada pela
igreja Adventista como uma recente revelação da “providência divina” que surgiu
de maneira gradativa em nossa igreja?
Não parece estranho que quilo
que chamam de “providência divina” hoje, era considerada como uma diabólica
heresia pelos pioneiros adventistas? (É para parar e pensar!)
Tradução:
Crenças
Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo-dia
(tradução da parte assinalada em vermelho)
2. Que a divindade, ou Trindade, consiste do Pai Eterno
...................
o Espírito Santo a
terceira Pessoas da divindade.
Nota:
Em 1931 a Igreja Adventista tinha apenas 314 mil membros.
Modificações dos “Princípios Fundamentais” no Year Book de 1931:
1. Tiraram
a palavra “única” onde diz que “a Bíblia é a fonte de doutrinas”.
2. Ao tratar do assunto Espírito de Profecia, até então não era
mencionado o nome de “Ellen White”.
De maneira semelhante aos
Mórmons com Joseph Smith, o “dom de profecia” ficou simbolizado por um nome de
uma pessoa: “Ellen G. White”.
Com a expressão “seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de
verdade” deram uma posição de igualdade à Bíblia, enquanto a postura dos pioneiros
até então poderia ser resumida nestas palavras de Urias Smith:
“A Bíblia, e a
Bíblia somente, a Bíblia na sua pureza, a Bíblia é suficiente e a única regra
confiável de vida, ...”
Isso, poderia até parecer um desprezo ao trabalho e vida de Ellen White. Porém,
o “fanatismo” em torno de sua pessoa só realmente começou após sua morte em
1915.
“Espírito de Profecia” é
uma expressão usada para Jesus na Bíblia.
Recentemente este assunto evoluiu para um nível onde a Conferência Geral não
hesita em afirmar que “a Inspiração de Ellen White é tão boa como a da Bíblia”,
numa audaz comparação para estabelecer igualdade entre a Bíblia e os escritos
de Ellen White.
Isso poderia levar alguém a pensar que não acreditamos na inspiração de Ellen
White. Acreditamos na sua inspiração, porém não a ponto de estabelecer
equivalências com a Bíblia, e nem usar para Ellen White um título que na Bíblia
é atribuído a Jesus.
3. Até 1914 as Doutrinas Fundamentais diziam que “o
Papa é o homem do pecado” (II Tess. 2). Este termo foi retirado.
4. Até
1914 dizia que Jesus era da semente de Abraão. Colocaram em 1931 que Jesus foi
concebido pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria --- Um enfoque mais
Católico na doutrina Adventista.
Obs.: É interessante notar que esta declaração de Crenças Fundamentais
do Year Book 1931, apresenta o texto exatamente como exige o Concílio Mundial
de Igrejas (WCC) para admitir um membro naquela organização.
Segue abaixo a tradução completa
das doutrinas de 1931:
Os Adventistas do sétimo Dia sustentam certas crenças fundamentais, como principais características, das quais, reúnem um conjunto de referências escriturísticas sobre as quais estão baseadas e podem ser resumidas como segue:
1.
Que as Santas
Escrituras do Velho e Novo testamentos foram dadas pela inspiração de Deus,
contêm uma auto-suficiente revelação de Sua vontade para o homem, e são a única
e infalível regra de fé e prática (2 Tim. 3:15-17);
2.
Que a Divindade,
ou Trindade, consiste do Eterno Pai, uma pessoa, um ser espiritual, onipotente,
onipresente, onisciente, infinito em bondade e amor; o Senhor Jesus Cristo, o
Filho do Eterno Pai, através de quem todas as coisas foram criadas e a salvação
das hostes dos redimidos será realizada; o Espírito Santo, a terceira pessoa da
Divindade, o grande poder regenerador na obra de redenção (Mateus 28:19);
3.
Que Jesus Cristo
é verdadeiramente Deus, sendo da mesma essência e natureza como o Eterno Pai.
Enquanto ele reteve Sua natureza divina, Ele tomou sobre si a natureza da
família humana, viveu sobre a terra como um homem, para dar exemplo em sua vida
dos princípios de justiça, provou sua relação para com Deus pelos muitos
poderosos milagres, morreu por nossos pecados sobre a cruz, foi ressuscitado da
morte, e ascendeu ao Pai, onde vive para interceder por nós (João 1:1, 14; Heb.
2:9-18; 8:1, 2; 4:14-16; 7:25;
4.
Que cada pessoa a
fim de obter a salvação, precisa experimentar o novo nascimento; que envolve
uma inteira transformação de vida e caráter através do poder recriador de Deus
através da fé no Senhor Jesus Cristo (João 3:16; Mateus 18:3; Atos 2:37-39);
5.
Que o Batismo é
uma ordenança da igreja cristã e dever seguir o arrependimento e perdão dos
pecados. Por meio desta observância, é revelada a fé na morte, sepultamento, e
ressurreição de Cristo. Que a forma apropriada do batismo é pela imersão (Rom.
6:1-6; Atos 16:30-33);
6.
Que a vontade de
Deus com respeito à conduta moral está compreendida em Sua lei dos dez mandamentos;
que estes são, os grandes e imutáveis preceitos que estão sobre todos os
homens, em todos os tempos (Êxodo 20:1-17);
7.
Que o quarto
mandamento desta lei imutável requer a observância do sábado do sétimo dia.
Esta santa instituição, é ao mesmo tempo um memorial da criação e um sinal de
santificação, um sinal de abandono das próprias obras de pecados dos crentes, e
sua entrada no descanso da alma que Jesus prometeu para aqueles que vêm a Ele
(Gên. 2:1-3; Êxodo 20:8-11; 31: 12-17; Heb. 4:1-10);
8.
Que a lei dos dez
mandamentos aponta para o pecado, cuja penalidade é a morte. A lei não pode
salvar o transgressor de seus pecados, nem transmitir poder para guardá-lo de
pecar. Em infinito amor e graça, Deus provê uma maneira através da qual isto
poder ser realizado. Ele forneceu um substituto, Cristo, o único justo, para
morrer no lugar do homem, tornando-o “pecado por nós, que não conheceu pecado,
a fim de que nós fôssemos feitos justiça de Deus nele” (2 Cor. 5:21). Que
alguém é justificado não pela obediência à lei, mas pela graça que está em
Cristo Jesus. Pela aceitação de Cristo, o homem é reconciliado com Deus,
justificado pelo seu sangue dos pecados do passado, e salvo do poder do pecado
por sua habitação no coração. Deste modo, o evangelho se torna “o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crê”. Esta experiência é realizada pela
divina atuação do Espírito Santo, que convence do pecado e conduz para o
arrependimento, levando o crente para o novo concerto e relação, onde a lei de
Deus é escrita em seus corações, e através do poder capacitador da habitação de
Cristo, sua vida é trazida à conformidade com os divinos preceitos. A honra e
os méritos desta maravilhosa transformação dependem inteiramente de Cristo (1
João 2:1, 2; Rom. 5:8-10; Gal. 2:20; Ef. 3:17; Heb. 8:8-12).
9.
Que somente Deus
possui a imortalidade. O homem mortal possui a natureza pecaminosa e mortal. A
imortalidade e a vida eterna vêm somente através do evangelho, e são concedidas
como o dom gratuito de Deus por ocasião do segundo advento de Jesus Cristo
nosso Senhor (1 Tim. 6:15, 16; 1 Cor. 15: 51-55).
10.
Que a condição do
homem na morte é de inconsciência. Que todos os homens, bons e maus
semelhantemente, permanecem na sepultura desde a morte até a ressurreição
(Eclesiastes 9:5, 6; Sal. 146:3, 4; João 5:28, 29).
11.
Que existirá uma
ressurreição de justos e injustos. A ressurreição dos justos terá lugar na
segunda vinda de Cristo; a ressurreição dos injustos acontecerá após os mil
anos, na finalização do milênio (João 5:28, 29; 1 Tess. 4:13-18; Apoc. 20:5-10).
12.
Que finalmente, o
impenitente, incluindo Satanás, o autor do pecado, será, pelo fogo do último
dia, reduzido ao estado de não-existência, tornando-se como nunca houvessem
existido, assim, limpando o universo de Deus, do pecado e pecadores (Rom. 6:23;
Mal. 4:1-3; Apoc. 20:9, 10; Obadias 16).
13.
Que nenhum período profético é apontado na
Bíblia para alcançar o segundo advento, senão apenas um, os 2.300 dias de
Daniel 8:14, finalizado em 1844, e nos conduz a um evento denominado purificação
do santuário.
14.
Que o verdadeiro
santuário, do qual o tabernáculo terrestre era uma cópia, é o templo de Deus no
Céu, a respeito do qual Paulo fala em Hebreus 8 em diante, e do qual o Senhor
Jesus, como nosso sumo-sacerdote, é ministro; e que a obra sacerdotal de nosso
Senhor é o antítipo da obra dos sacerdotes judeus da primeira dispensação; que
este santuário celestial é o único a ser purificado no final dos 2.300 dias de
Dan. 8:14; está sendo purificado, como no tipo, uma obra de julgamento, iniciando
com a entrada de Cristo como sumo-sacerdote sobre o julgamento que é a fase de
seu ministério no santuário celestial, o qual é tipificado através da
purificação do santuário no dia da expiação. Esta obra de julgamento no
santuário celestial iniciou em 1844. Sua finalização encerrará a provação
humana.
15.
Que Deus, no
tempo do julgamento e em acordo com Sua maneira invariável de proceder com a
família humana em adverti-la dos eventos vindouros que afetarão seu destino
(Amós 3:6, 7), envia uma proclamação da proximidade do segundo advento de
Cristo; que este trabalho é simbolizado pelos três anjos de Apocalipse 14, e
esta tríplice mensagem apresenta a visão de uma obra de reforma para preparar o
povo para o encontro com Ele em sua vinda.
16.
Que o período da
purificação do santuário, sincronizando com o período da proclamação da
mensagem de Apocalipse 14, é o tempo do juízo investigativo, primeiro com
referência aos mortos, e segundo, com referência aos vivos. Este juízo
investigativo determina quem das miríades que dormem no pó da terra são os que
têm parte na primeira ressurreição, e que estas multidões de viventes são os
que tomarão parte na transladação (1 Ped. 4:17, 18; Dan. 7:9, 10; Apoc. 14:6,
7; Lucas 20:35).
17.
Que os seguidores
de Cristo, devem ser um povo justo, não adotando os costumes não santificados
nem conformando-se aos caminhos iníquos do mundo, não amando esses prazeres
pecaminosos nem estimulando estas tolices. Que o crente deve reconhecer seu
corpo como o templo do Espírito Santo, e que deve vestir-se com cuidado,
modéstia, e aparência digna. Além disso, que ao comer e beber e em sua completa
conduta ele deve mostrar em sua vida como tornar-se um seguidor do manso e
humilde Mestre. Dessa forma, o crente será levado a abster-se de todas as
bebidas intoxicantes, tabaco, e outros narcóticos, e evitar que através de
habito e prática todo o corpo e alma sejam contaminados (1 Cor. 3:16, 17; 9:25;
10:31; 1 Tim. 2:9, 10; 1 João 2:6).
18.
Que o divino
princípio dos dízimos e ofertas para sustento do evangelho é um reconhecimento
da posse de Deus sobre nossas vidas, e que somos dirigidos a prestar contas a
Ele de tudo aquilo que nos deu para nossa possessão (Lev. 27:30; Mal. 3:8-12;
Mat. 23:23; 1 Cor. 9:9-14; 2 Cor. 9:6-15).
19.
Que Deus colocou
em Sua igreja os dons do Espírito Santo, como enumerados em 1 Coríntios 12 e
Efésios 4. Que esses dons trabalham em harmonia com os divinos princípios, da
Bíblia, e são concedidos para o aperfeiçoamento dos santos, a obra do
ministério, a edificação do corpo de Cristo (Apoc. 12:17; 19:10; 1 Cor. 1:5-7).
20.
Que a segunda
vinda de Cristo é a grande esperança da igreja, o grande clímax do evangelho e
do plano da salvação. Sua vinda será
literal, pessoal e visível. Muitos eventos importantes estarão associados com
Seu retorno, como a ressurreição dos mortos, a destruição dos ímpios, a
purificação da terra, a recompensa dos justos, o estabelecimento do Seu reino
eterno. O quase completo cumprimento de várias profecias, particularmente
aquelas encontradas nos livros de Daniel e Apocalipse, com as condições
materiais, sociais, industriais, políticas e religiosa existentes no mundo,
indicam que o retorno de Cristo “está próximo, às portas”. O exato momento
destes eventos não foi predito. Os crentes são exortados a prepararem-se para “o
momento em que não esperam, pois, o Filho do homem” será revelado (Lucas 21:
25-27; 17:25-30; João 14:1-3; Atos
1:9-11; Apoc. 1:7; Heb. 9:28; Tiago 5:1-8; Joel 3:9-16; 2 Tim. 3:1-5; Dan.
7:27; Mat. 24:36, 44).
21.
Que o reino
milenar de Cristo, compreende o período entre a primeira e a segunda
ressurreição, durante esse tempo os santos de todas eras viverão com seu
bendito Redentor no Céu. No fim do milênio, a cidade santa com todos os santos
descerá para a terra. Os ímpios, ressuscitados na segunda ressurreição, andarão
sobre toda a terra com Satanás seu líder para tomar o acampamento dos santos,
quando descerá fogo do Céu, vindo de Deus, e os devorará. Na grande destruição
em que Satanás e seus anjos serão consumidos, a própria terra será regenerada e
purificada dos efeitos da maldição. Deste modo o universo de Deus será
purificado da vil mancha do pecado (Apoc. 20; Zac. 14: 1-4; 2 Ped. 3:7-10).
22.
Que Deus fará
novas todas as coisas. A terra, restaurada à sua beleza original, será
transformada para sempre na morada dos santos do Senhor. A promessa feita a
Abraão, que através de Cristo ele e sua semente possuiriam toda a terra pelas
eras infinitas da eternidade, será cumprida. O reinado, domínio e grandeza do
reino debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo e este
reino é um reino eterno e todos os domínios O servirão e obedecerão. Cristo, o
Senhor, reinará supremo e toda criatura que está no céu e sobre a terra e
debaixo da terra, e que estão nos mares prestará louvor, honra e glória e poder
Àquele que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro sempre e eternamente
(Gên. 13: 14-17; Rom. 4:13; Heb. 11: 8-16; Mat. 5:5; Isa. 35; Apoc. 21: 1-7;
Dan. 7:27; Apoc. 5:13).
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